Opinião: A humanidade e a medicina perdem um expoente

Pessoas com a sensibilidade humana e a disponibilidade pessoal do doutor Virgilio Paccola fazem muita falta
21/02/2013 17:32 | Welson Gasparini*

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O doutor Virgilio Paccola, que nos deixou no último dia 16 de fevereiro, era grande em tudo, sobretudo na bondade e na alegria de viver. Grande médico, grande cirurgião, grande amigo e grande cristão, durante os seus 81 bem vividos anos sempre procurou elevar e promover o seu próximo. Como integrante do Rotary Clube e de outras entidades benemerentes, nunca negou ajuda em campanhas em prol dos idosos e crianças carentes. Através do Instituto Ribeirão Preto, clínica com mais de 50 anos de tradição na comunidade " Virgilio e seus sócios (inclusive o filho Paulo e a nora Letícia) " realizaram milhares de consultas, cirurgias e, até mesmo, com a ajuda de empresários amigos, promoveram a doação de armações e lentes de óculos.

Foi, ainda, um cristão militante, participando do Movimento Serra Clube, voltado para despertar vocações sacerdotais; participou de inúmeros cursos para noivos nas paróquias de Ribeirão Preto e da região, ajudando e orientando jovens casais na conquista da harmonia conjugal.

Filho de pais pobres, Virgilio pertence a uma família procedente da região de Veneza, no norte da Itália, cuja história no Brasil começou a ser contada a partir de 1907 quando os Paccola se fixaram no município de Lençóis Paulista, adquirindo terras para o cultivo de café. Chegou a Ribeirão Preto em 1953, procedente de São Paulo, onde cursava História Natural na USP, para prestar o concurso de ingresso na então recém fundada Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; obteve sucesso na primeira tentativa e foi considerado o melhor aluno do curso durante os seis anos em que nela permaneceu como estudante; gostou tanto da cidade que em Ribeirão Preto mesmo, casando-se com Vera Lucia (falecida em 1995) constituiu família e construiu uma carreira profissional respeitada e admirada pelos seus colegas.

Era, apesar de ser muito simples e, até mesmo, humilde, um profissional brilhante; gostava das pessoas. Tinha prazer na convivência com os amigos; praticava o bom humor " contava piadas e ria muito!

Num mundo como o atual, em que as pessoas se isolam em seus apartamentos ou condomínios fechados, pessoas com a sensibilidade humana e a disponibilidade pessoal do doutor Virgilio Paccola fazem muita falta; ele soube transmitir esses valores aos filhos (a cirurgiã-dentista Leandra e os médicos Paulo, Heloísa e Vera Rachel) que, certamente, darão continuidade ao legado de bondade por ele tão fartamente acumulado (apesar de prodigamente distribuído) durante sua vida.



* Welson Gasparini é deputado estadual pelo PSDB, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto.

alesp