Opinião: Alça de acesso em Hortolândia

O município já gastou R$ 5 milhões com desapropriação e asfalto. Falta apenas a alça de acesso, fazendo a ligação à SP-101
22/03/2013 18:33 | Ana Perugini*

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O que me faz escrever nesta coluna é o transporte da cidade de Hortolândia. No dia 24 de janeiro, estivemos com o Secretário de Transportes, senhor Saulo de Castro Abreu Filho, quem nos deu a seguinte palavra: "Agora não é uma questão de provar que a obra é necessária; se tem que fazer, nós vamos fazer; depois do carnaval nós nos reuniremos novamente e eu assinarei isso".

Na hora eu tive a impressão de um secretário muito sério, de um secretário experiente, pois já passou por outra gestão no governo do Estado de São Paulo, de um secretário que se propunha a fazer de fato e na hora. O assessor Milton Córdova acompanhava o nosso encontro.

O que ocorre é que o objeto desse encontro, onde estava presente também o prefeito da cidade, o secretário de Obras, que vem acompanhando também todo o processo, desde o ano de 2011, em relação a essa alça de acesso na Rodovia SP-101, precisamente na rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, que ligaria essa rodovia à avenida da Emancipação. Essa obra já vem se arrastando desde 2011. E ali deveria ser uma obra do corredor metropolitano, do corredor Noroeste.

O que acontece é que, por iniciativa do governo Geraldo Alckmin, houve um acordo - já que a obra só seria retomada no ano de 2014 - de que a prefeitura retomasse as obras, que estavam paradas. Isso porque o município já gastou R$ 5 milhões com desapropriação e asfalto. Falta apenas a alça de acesso, fazendo a ligação à SP-101, que nós estamos reivindicando desde então. E ficou acordado naquela reunião que o senhor Milton Córdova, que é o assessor direto do secretário de Transportes, nos daria a resposta tão logo terminasse o carnaval.

Desde então, nosso gabinete tem entrado em contato com o senhor Milton Córdova, ligando, esperando retorno que não aconteceu. Nós entramos em contato novamente, depois de conversar ficamos sabendo que estava no departamento jurídico todo o desfecho da papelada, assuntos que nós já havíamos conversado na rodovia do Tietê, na Artesp etc. Enfim, todo o trâmite que deveria ser feito de conversa, nós já fizemos. E o senhor Milton Córdova, agora se recusa a atender o telefone.

Desde terça-feira, nosso assessor tenta constantemente ligar para conversar com o senhor Milton Córdova, responsável que ficou na reunião incumbido pelo secretário Saulo de Castro Abreu Filho, de dar a resposta, e este não atende o telefone.

Uso esta coluna para que se dê um encaminhamento responsável para o assunto, até porque sabemos que nosso tempo é valioso e o nosso custo para São Paulo é alto. Estamos lutando por essa alça de acesso desde o ano de 2011. Não é uma demanda que começou ontem. Enquanto não sai essa alça de acesso, o congestionamento vai continuar grande, e não pelo fato, simplesmente, de a frota de veículos ter aumentado. Não foi só isso. Foi porque a Autoban, que deveria construir também a alça de acesso da Bandeirantes, ligando a rodovia até a cidade de Monte Mor e até a rodovia do Açúcar, ainda não o fez. E porque também a SP-101 está congestionada no cruzamento da Anhanguera, por falta do gerenciamento da engenharia.

Já filmamos com helicóptero aquele caos no transporte, que chega a mais de sete quilômetros de congestionamento, com os carros andando a dez por hora, em pleno período da manhã, quando todos os estudantes vão para as escolas.

A cidade já é penalizada pelos presídios que abriga; são setes unidades prisionais. Fez a parte do corredor, que era para o Estado fazer, e gastou R$ 5 milhões. Vem conversando sobre a obra desde o ano de 2011, e agora o assessor direto do secretário dos Transportes se nega a atender o telefone para dizer, simplesmente, vamos fazer, ou não vamos fazer. Porque se o Estado não fizer, o município faz; é só ter a autorização.



*Ana Perugini é deputada estadual pelo PT

alesp