Opinião - Gás natural: por que não explorar mais?


14/06/2013 12:56 | Orlando Morando*

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O mercado de gás natural do Brasil avançou muito nos últimos dez anos. No começo de 2000, a participação do gás natural na matriz energética brasileira era da ordem de 3% e agora estamos na casa dos 10%. Um aumento muito significativo, e esse avanço se deve principalmente a dois fatores: o início da operação do gasoduto Bolívia-Brasil, em 1999, que disponibilizou gás para viabilizar o aumento do uso desse combustível; e o Programa Estadual de Desestatização (PED), que possibilitou a entrada de investidores com fôlego para desenvolver esse mercado no Estado de São Paulo, que responde por mais de 30% de todo o gás distribuído no Brasil.

Além dos avanços já obtidos, as perspectivas de crescimento são bastante positivas, pois São Paulo é um Estado privilegiado. É o único da Federação que tem três fontes de suprimento de gás natural (da Bolívia, de Santos e de Campos, no RJ); e temos no nosso quintal, a cerca de 200 quilômetros da costa, uma das maiores reservas brasileiras de gás, que começa a entrar em produção, no pré-sal. Há gás muito mais que o suficiente para abastecer o Estado em todas as suas demandas.

O gás natural é um combustível premium dentre os fósseis, é mais limpo, sua queima tem a menor emissão de particulados e é praticamente isento de enxofre. É ideal para a complementação dos renováveis, como a energia solar, a biomassa e a eólica. É um combustível seguro e sua logística, via dutos, além de tirar caminhões da rua para a entrega a granel de outros combustíveis, colabora para o meio ambiente e também para a conservação das vias públicas e melhoria do trânsito.

Seu uso é muito diversificado: na indústria, com larga vantagem ambiental em relação ao óleo combustível; no transporte (GNV); na residência, levando mais conforto para os lares e também para a produção de energia elétrica.

O Estado de São Paulo precisa se posicionar nesse momento em que todas as projeções indicam um potencial muito grande da existência de gás natural no nosso litoral, a "Bacia de Santos". Precisa de esforços no sentido de criar um ambiente que estimule investimentos na diversificação da oferta, promova a disponibilidade em grande escala e em níveis capazes de estimular a produção industrial e o investimento em sua expansão, gerando empregos, divisas e arrecadação.

*Orlando Morando, deputado estadual, é coordenador da Frente Parlamentar em Apoio à Exploração do Gás Natural no Estado de São Paulo.

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