A Câmara de Bauru sediou nesta quinta-feira, 31/10, mais um debate sobre o Orçamento estadual 2014, o 18º de uma série de 21 audiências públicas que a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento vem promovendo em todo o Estado de São Paulo, para ouvir sugestões populares de emendas ao PL 686/2013, que trata do Orçamento 2014. Mauro Bragato (PSDB), presidente da comissão, conduziu os trabalhos e informou que o tema escolhido pelos participantes como prioridade foi saúde, seguida de educação e segurança pública. A exemplo de Araçatuba, em Bauru também foi maciça a presença de representantes do funcionalismo estadual. Therezinha Imanish, da Apampesp (associação de professores aposentados) de Bauru, reclamou da falta tanto de atendimento médico como do pagamento de precatórios. Marcos Almeida, analista de planejamento, orçamento e finanças da Fazenda estadual, explicou que os integrantes de sua carreira recebem salários, em comparação a colegas de outros Estados, bem menores. O mesmo pleito por melhoria salarial foi apresentado por José Mauro Progianti, do Sinafresp (sindicato de agentes fiscais de renda). Idenilde Conceição, coordenadora regional da Apeoesp (associação de professores estaduais) e presidente da Comissão Consultiva do Iamspe " regional Bauru, informou que falta atendimento do Iamspe em Bauru, o que demanda muitos custos com remoção de pacientes. Sugeriu que um hospital da cidade atenda exclusivamente os usuários do Iamspe. Mais saúde A precariedade do setor de saúde foi lembrada por vários participantes. Benedita Bruni, da Federação dos Trabalhadores da Seguridade Social, pediu valorização do funcionalismo estadual e da estruturação de seus locais de trabalho. "Saúde de qualidade não se faz só com os prédios, mas com profissionais capacitados", afirmou. A representante do Sindsaúde, Mariuze Miranda, reclamou da falta de leitos para internação. Isabel Barbosa, conselheira da Apeoesp, reforçou as palavras sobre os problemas na área da saúde. Prefeita de Bariri, Deolinda Marino, pediu atenção especial às santas casas da região, especialmente à de sua cidade, que é hospital referência. Marisa Melo pediu políticas públicas voltadas aos deficientes. Cultura e outros segmentos A cultura foi defendida por Luiz Joaquim Jr., da Associação de Teatro de Bauru, que pediu a dotação de R$ 100 milhões para o Proac editais (programa voltado à cultura popular). Antonio Boava, do sindicato dos trabalhadores rurais de Itápolis, disse que o ganho semanal de um colhedor de laranjas é de R$ 100, algo inaceitável, a exemplo do que acontece com os trabalhadores de usinas de cana. Aparecida Spadotti, da Agência Paulista de Agronegócio (Apta), também tratou da questão agrícola, solicitando investimentos no setor. Jesus dos Santos, presidente da Associação de Moradores de Bauru, pediu obra viária em Bauru. Encerramento O representante da Secretaria estadual de Planejamento, Maurício Hoffman, disse que os desafios são grandes e que São Paulo tem alto número de pacientes vindos de outros Estados, o que acaba por sobrecarregar o sistema paulista de saúde. Mas ressaltou que São Paulo tem números positivos em pesquisa. O deputado Pedro Tobias (PSDB) apresentou as demandas de Bauru e que são alvos de suas emendas ao Orçamento: criação de faculdade de medicina pública, prédio para o fórum, instalação de parque tecnológico, duplicação da rodovia Marechal Rondon, unidade de Poupatempo e da Etec, centro de convivência do idoso, reforma do Hospital Clemente Pereira, contribuição de 2% de contrapartida do Estado no financiamento do Iamspe e instalação de centro de atendimento a dependentes químicos. Enio Tatto (PT) lembrou que o Orçamento é a lei mais importante que a Assembleia aprova anualmente e daí vem a importância das audiências públicas, que dão espaço aos cidadãos para apresentarem suas necessidades que podem ser transformadas em emendas a esse Orçamento. Osvaldo Vergínio (PSD) disse que a comissão vai se empenhar na avaliação das demandas apresentadas e que vão procurar dar um retorno a todos que se manifestaram. Bragato encerrou lembrando que o tema saúde tem ganho em praticamente todas votações feitas nas audiências já realizadas e que a comissão terá que se empenhar no atendimento das carências desse setor. A próxima reunião acontece na segunda-feira, 4/11, às 10h, na Câmara de Sorocaba. Previsão orçamentária A previsão de investimentos para a Região Administrativa de Bauru é de: R$ 1,1 milhão para o programa de expansão e modernização na saúde, R$ 5,6 milhões para o Centro Paula Souza e Fatec; R$ 580 mil para o programa de desenvolvimento local sustentável; R$ 77,1 milhões para a gestão da logística hidroviária; R$ 257,1 milhões para ampliação, recuperação e modernização da malha rodoviária; R$ 840 mil para o acesso aos serviços na área de cidadania e da justiça; R$ 2,3 milhões para a modernização da segurança pública; R$ 900 mil para o programa São Paulo Vivendo em Paz; R$ 3,4 milhões para a provisão de moradias; R$ 573 mil para requalificação habitacional e urbana; R$ 83,9 milhões para a modernização e construção de penitenciárias; R$ 4,1 milhões para o programa saneamento para todos; R$ 2 milhões para infraestrutura hídrica e combate às enchentes; R$ 900 mil para política de inclusão social da pessoa com deficiência; e R$ 5,1 milhões para o fomento ao desenvolvimento das estâncias.