Opinião - O assassinato do menino Joaquim Ponte Marques


19/11/2013 14:21 | Welson Gasparini*

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De certos temas não há como fugir porque eles mostram uma face extremamente cruel da humanidade: é o caso do garotinho Joaquim Ponte Marques, de apenas três anos de idade, estupidamente assassinado por quem, teoricamente, deveria ampará-lo, protegê-lo e encaminhá-lo na vida. Nas ultimas semanas, em Ribeirão Preto e em todos os cantos onde a história se espalha, não se fala em outra coisa: o pequeno Joaquim, cuja imagem inocente foi estampada em todos os jornais e telejornais, foi adotado por todo o país como um filho, um neto, um bisneto ou um irmãozinho merecedor de total carinho.

É impossível ver aquele semblante sereno e aquele sorriso espontâneo sem sentir um mínimo de emoção. E é impossível, também, conter a indignação com a maldade praticada contra essa criança indefesa, esse verdadeiro anjinho de pureza.

Eu, sinceramente, fico feliz quando vejo Ribeirão Preto se destacando por aspectos positivos como, por exemplo, as pesquisas científicas realizadas na Faculdade de Medicina da USP resultando em contribuições para a saúde das pessoas; obras como o trevão da Anhanguera, facilitando o acesso e a saída da cidade; nossas conquistas no esporte e no atletismo; o Theatro Pedro II sendo apontado entre os melhores do Brasil etc. Mas, por outro lado, me entristeço com o destaque negativo ensejado pela barbárie praticada, tudo indica, pelo padrasto e com a conivência da própria mãe, que assumiu tal risco ao se casar com um dependente de drogas.

Tudo isso me leva a insistir numa tese da qual tanto tenho me ocupado nos últimos tempos: a importância da difusão de valores éticos e morais; do valor de uma família bem constituída e, sobretudo, da força dos bons exemplos, dentro e fora dos lares. Pessoas que praticam tal tipo de atrocidade são destituídas de valores morais; não amam nem a Deus, nem ao próximo e nem a si mesmas!

Fico pensando no sofrimento do pai biológico desse menino e dos seus avós, para os quais ele era tudo de bom; na vida que ele poderia viver como profissional ou pai de família; nos apelidos que poderia receber ou nas alegrias e tristezas que poderia ter. Conforme li em artigo do jornalista Guto Silveira (ele também vítima do infortúnio da perda de um filho ainda em tenra idade), "a perda de um filho não muda momentos da vida. A modifica por inteiro". É uma dor, conforme constatou o próprio articulista, que diminui com o tempo, mas jamais desaparece...

Ao jogar o corpo de Joaquim no rio Pardo seu algoz jogou fora o futuro que ele poderia ter e esse, sem duvida, é um crime imperdoável!

*Welson Gasparini é deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto.

alesp