Opinião - Falar pouco, fazer muito!


29/05/2014 10:31 | Welson Gasparini*

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Administração é coisa muito séria. No setor particular, desconfia-se de administrador que fala demais. Infelizmente, os políticos e administradores públicos, no Brasil, falam muito e fazem, com as naturais exceções, pouco. Se um empresário não administra bem sua empresa, esta vai à falência e ele pode perder tudo. Já o administrador público, responsável pelo dinheiro do povo, se quebrar o que administra, não há falência mas quem acaba pagando o prejuízo é a população, o eleitor. Na política brasileira, temos uma cultura de valorizar as promessas nas disputas eleitorais. Quase todos os candidatos garantem o céu tão logo sejam empossados em seus cargos; prometem criação de empregos e melhorias em todos os setores básicos (Educação, Saúde, Saneamento Básico, Segurança Publica etc.). Enfim, têm soluções para todos os problemas de maneira invariavelmente fácil e indolor. Administração, contudo, é coisa séria, muito mais ainda a administração pública. E os que, levianamente, de forma irresponsável, prometem o que não podem cumprir, a curto ou a longo prazo, sofrem as consequências da sua insensatez.

Vamos ter, dentro de alguns meses, as eleições no Brasil para a escolha de novos dirigentes, de novos parlamentares. É importante o eleitorado ser exigente, cobrando explicações dos candidatos sobre os caminhos que pretendem percorrer para a solução dos problemas do nosso Estado e do nosso País; que eles não fiquem, apenas, na constatação da gravidade dos problemas, fato já do conhecimento público; que explicitem as soluções preconizadas e os instrumentos financeiros e técnicos a serem utilizados para dar aos Estados e ao Brasil novos rumos e melhor qualidade de vida.

A democracia, permitindo a escolha livre e direta dos dirigentes públicos pelo voto, é uma grande conquista dos povos civilizados. Mas é preciso o eleitor não se deixar iludir. É preciso acabar com o sistema de compra de votos através de cabos eleitorais que se vendem, vendem suas famílias, vendem seus amigos. Voto não pode ser moeda de troca para cestas básicas, bolas, chuteiras, camisas de futebol e churrascos. Campanhas caras e luxuosas devem ser indicativas de péssimas intenções de quem as faz. O povo deve exigir do candidato um passado limpo, capacidade e experiência para o cargo pretendido ao lado de propostas técnicas modernas e viáveis para serem implementadas em eventuais programas administrativos; a boa escolha de nossos dirigentes, principalmente nesta época difícil que atravessamos,vai definir os rumos dos nossos estados e do nosso País nos próximos anos.

Precisamos, mais do que nunca, de administradores que falem pouco e façam muito porque as necessidades da população brasileiras são imensas e aumentam todos os dias!

*deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto

alesp