Protocolada CPI que investigará violação dos direitos humanos em trotes universitários

O objeto da investigação serão as instituições de ensino públicas e privadas
02/12/2014 19:51 | Da redação

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A proposta de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar denúncias de violação dos direitos humanos em trotes universitários foi protocolada nesta terça-feira, 2/12, na Assembleia. O deputado Adriano Diogo (PT) é o autor do pedido.

A proposta recebeu adesão de deputados de diversos partidos depois que a Comissão de Direitos Humanos da Casa realizou audiências públicas para debater o assunto. As denúncias feitas nessas audiências surpreenderam os deputados pela gravidade das violações que incluem bullying, estupro, discriminação racial e de gênero, entre outros crimes.

O deputado Adriano Diogo declarou que, uma vez instalada, a CPI poderá funcionar diariamente, convocando pessoas que possam esclarecer os fatos. Ele também explicou que a investigação foi estendida para além da Faculdade de Medicina da USP, porque há denúncias de violação de direitos humanos em trotes de várias universidades públicas e privadas.

O líder do Governo, Barros Munhoz, destacou que o assunto é grave e que a opinião pública merece uma satisfação. Ele também esclareceu que é necessário que o Plenário aprove um projeto de resolução para que possa ser instalada a CPI, que seria a sexta em funcionamento na Casa. Barros Munhoz informou ainda que três CPIs que impediam - pela ordem em que foram propostas - que esta fosse instalada já tiveram pedido de retirada protocolado. Questionado pela imprensa se achava que o reitor da FMUSP viria à CPI se fosse convocado, Barros respondeu ter certeza de que o reitor viria.

O líder petista, João Paulo Rillo, disse que seu partido e outros da oposição estavam obstruindo os trabalhos para que o acordo de instalação da CPI, feito na semana passada, fosse cumprido. Ele comemorou a retirada das três CPIs que estavam na fila para que a dos trotes fosse instalada. Rillo falou também que as audiências realizadas pela Comissão de Direitos Humanos revelaram que os crimes contra os direitos humanos são sistêmicos na FMUSP, e que ali há pessoas que se colocam acima da lei agindo como bem entendem.

alesp