Opinião - O dia em que Sertãozinho parou


28/01/2015 17:28 | Welson Gasparini*

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No dia 27/1, participei, em Sertãozinho, ao lado de empresários, trabalhadores, lideranças sindicais e do próprio poder público, do Movimento pela Retomada do Setor Sucroenergético. A cidade toda parou para mostrar, sobretudo ao governo federal, a urgência da retomada de investimentos na cadeia produtiva sucroenergética visando reintegrar ao mercado de trabalho os milhares de trabalhadores cujos empregos foram perdidos nos últimos anos, mais de 2.200 deles, apenas em 2014, na própria Sertãozinho.

Foi uma mobilização impressionante marcada pelo fechamento das rodovias Armando de Salles Oliveira e Carlos Tonani. O comércio fechou as portas e milhares de trabalhadores e fornecedores marcharam juntos num grande ato em favor da retomada do setor sucroenergético. Juntei-me ao secretário estadual da Agricultura, Arnaldo Jardim, ao prefeito Zezinho Gimenes, a Manoel Carlos Azevedo Ortolan, presidente da Canaoeste; aos deputados federais Mendes Thame e Paulinho da Força e outras lideranças para manifestar apoio ao movimento.

No ato foi anunciada a Carta de Sertãozinho, documento que preconiza as seguintes medidas por parte do governo federal: justa remuneração do etanol aos seus produtores, via políticas transparentes de preços públicos, que, minimamente, recuperem o prejuízo acumulado ao longo de todos esses anos de descaso; recuperação da oferta agrícola, com preços justos da cana-de-açúcar aos seus fornecedores, que permitam resgatar a produtividade dos canaviais, que já sofreram perdas com o rigor climático há quatro safras consecutivas; valorização das externalidades do etanol na montagem da matriz energética brasileira e nas regulações do mercado de combustíveis, com uma expectativa clara e transparente da produção do álcool carburante; elaboração de um plano imediato de recuperação e investimento na indústria de base; priorização da cogeração de energia elétrica a partir das usinas, no interesse energético nacional, com leilões específicos por região e fonte, contribuindo, assim, a minimizar os apagões fósseis e hídricos; projeto de "retrofit" para geradores de vapor, que integre o programa de cogeração de energia; exigência, como contrapartida da indústria automotiva ao mercado nacional, no investimento da eficiência do etanol nos motores flex, pela perspectiva concreta de um mercado internacional; projetos de investimentos públicos na retomada do crescimento, que considerem o resgate da participação percentual do setor sucroenergético no PIB nacional; e projetos socioeconômicos de qualificação e requalificação, para recuperação de 300 mil postos de trabalho fechados ao longo dos últimos anos.

*Welson Gasparini é deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto.

alesp