Opinião: São Paulo em defesa da Petrobras


10/06/2015 17:30 | Leci Brandão*

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Há quase um ano, o país acompanha uma operação contra evasão de divisas que detectou evidências de crimes pelos quais são investigadas pessoas que participaram da gestão da Petrobras e de empresas fornecedoras. A ação institucional contra a corrupção tem firme apoio da sociedade e das instituições. A expectativa de esclarecimento dos fatos, e rigorosa punição dos culpados, é compartilhada por todos.

Apesar do importante trabalho de combater atos ilícitos, contudo, urge denunciar que esta ação tem servido a uma campanha visando à desmoralização da Petrobras, com reflexos diretos sobre o setor de óleo e gás, responsável por investimentos e geração de empregos em todo o país e no Estado de São Paulo, com forte impacto em várias cidades paulistas, sobretudo as que desenvolvem atividades econômicas no setor petroquímico.

A investigação, o julgamento e a punição de corruptos e corruptores não pode significar a paralisia da Petrobras e do setor mais dinâmico da economia brasileira. Não podemos perder de vista a importância da empresa e o impacto na vida de milhares de trabalhadores e trabalhadoras de todo o país, especificamente no estado de São Paulo. Também devemos manter o foco no fato de que os royalties do petróleo e o Fundo Social do Pré-Sal vão proporcionar um aumento significativo do investimento em educação, cultura, esporte e saúde. E é este o papel insubstituível da Petrobras, uma empresa estratégica para o país.

Por isso, os deputados estaduais de São Paulo, por iniciativa da bancada do PCdoB, lançaram, no último dia 3 de junho, a Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras. A defesa dos empregos diretos e indiretos dos trabalhadores e trabalhadoras nos municípios paulistas é um dos objetivos da Frente, que conta com a adesão e apoio de 35 deputados de 13 partidos.

A união de um número expressivo de parlamentares e o apoio de prefeituras, sindicatos e entidades da sociedade civil demonstram que a importância estratégica da Petrobras não pode ser colocada em segundo plano.

Os recursos desviados devem ser ressarcidos, os responsáveis julgados e punidos pela Justiça e novos procedimentos devem ser adotados, mas nada justifica entregar à iniciativa privada a riqueza e o patrimônio que pertence ao povo brasileiro.

* Leci Brandão é deputada estadual e líder da bancada do PCdoB na Assembleia Legislativa de São Paulo

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