Opinião - Valorizar o Polo Industrial de Mauá é um dos remédios contra a crise financeira


08/07/2015 10:56 | Atila Jacomussi*

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O noticiário sobre a economia brasileira assusta trabalhadores, empresários, investidores e governantes. Já começamos o ano de 2015 sob olhares de desconfiança de estrangeiros e de nós mesmos. Não é para menos. O crescimento econômico em 2014 foi praticamente zero e já nos primeiros três meses deste ano indicadores apontam retração de 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Estamos passando por período de corte de gastos, ajuste fiscal e transição.

O Brasil perdeu nos cinco primeiros meses do ano 244 mil vagas formais. Demissões de trabalhadores do setor industrial representam 52% desse montante. No Estado, o saldo negativo foi de 23 mil postos de trabalho no mês de maio, sendo 67% dos cortes no setor industrial. A região registrou baixa de 12.433 empregos com carteira assinada. As informações são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego.

Ciente de que não podemos cruzar os braços diante deste cenário, instalei a Frente Parlamentar pela Valorização e Ampliação do Polo Industrial de Mauá, que trata do único espaço para indústrias da Região Metropolitana de São Paulo que ainda tem áreas livres para receber novas empresas. Logo na primeira audiência da frente identifiquei falta de diálogo entre o poder público local e industriários. É uma situação inaceitável para uma região que pretende ser o motor da retomada econômica do país.

Chamo atenção para outro indicador de que Mauá pode estar trilhando caminho oposto ao desenvolvimento. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) " instrumento legislativo que indica de onde virão os recursos arrecadados e onde ele será empenhado " mostrou que em 2015 teríamos R$ 981 milhões de receita, enquanto essa lei aprovada para 2016 indica perda real de verba, com previsão de arrecadação de R$ 1,14 bilhão, crescimento abaixo do índice inflacionário que, nos últimos 12 meses, chegou a 8,47%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).

Fomentar a chegada de empresas, inovação e crescimento dos postos de trabalho no Polo Industrial de Sertãozinho é um remédio caseiro, eficaz e garantido contra a crise econômica no Brasil. O Polo Industrial do Sertãozinho " que foca suas atividades na produção de metalmecânico, que atendem a cadeia produtiva de peças ao setor automotivo e linha branca de eletrodomésticos " e o Petroquímico de Capuava abrigam mais de 400 empresas. Impostos da atividade industrial de ambos os polos contribuiu com 35,72% do Orçamento mauaense em 2015. Vamos discutir, agir e evitar o pior.

*Atila Jacomussi é deputado estadual pelo PCdoB

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