Opinião: Os próximos três meses do governo Temer


16/05/2016 16:01 | Abelardo Camarinha*

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Após cuidadosa análise do momento político pode-se concluir que corrupção, arrogância e falta de respeito às leis levaram o país a um caos, culminando com o afastamento e instalação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, na última quinta-feira, 12/5. Seu governo perdeu o controle das contas públicas, não respeitou a legislação e abriu os cofres para grandes empresários. A soberba da militância e do próprio partido levou o país a um caos. Isso refletiu no afastamento da presidente, que, por sua vez, resulta na transição do governo para o novo presidente em exercício, Michel Temer, pelos próximos 180 dias.

Por outro lado, o processo de impedimento de Dilma caminhou por todas as etapas legais, com a supervisão do rito do impeachment pelo Supremo Tribunal Federal. Apesar disso o PT tenta desviar o foco dos crimes de responsabilidade e crimes apurados pela Operação Lava Jato, tentando confundir a população e chamando de golpe esse capítulo da história brasileira. Os políticos petistas chamam de democracia o seu modo de governar, que, porém, é mais parecido com uma ditadura partidária com perpetuação de poder, que tentaram implantar no nosso país. Agora, com estes escândalos e essa situação das contas públicas que o governo de Dilma criou, ficou claro porque o Partido dos Trabalhadores não assinou nem a Constituição de 1988 e nem a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Os desafios mais pesados podem estar nos próximos 60 ou 90 dias: há notícias de que Michel Temer tenha herdado um passivo que pode beirar R$ 1 trilhão na contabilidade da União e das estatais. O BNDES e a Caixa estão praticamente falidos, a inflação está em alta e 60 milhões de brasileiros estão com o nome negativado. Sabe-se que o governo brasileiro paga, por ano, R$ 500 bilhões em juros aos banqueiros. Um país que paga meio trilhão de juros está fadado a deixar a saúde, a educação e a segurança de seu povo abandonada. A atividade econômica está em queda e tudo leva a crer que a situação será muito difícil para o novo presidente recuperar o país.

Por muito menos que os prejuízos financeiros criados pelas pedaladas e o governo petista, dezenas de prefeitos foram afastados e passaram a ser considerados fichas sujas, por ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. "Ela não poderia deixar de receber a pena, conforme manda a legislação".

*Abelardo Camarinha é deputado estadual pelo PSB.

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