Recebi há poucos dias o título de cidadão cafelandense, em solenidade realizada pela Câmara Municipal. Um momento de muita felicidade e emoção ser homenageado com a mais alta honraria da cidade. Agradeço ao grande amigo, vereador Carlos Camargo, o Professor Carlinhos, pela iniciativa do projeto e aos demais vereadores que votaram pela sua aprovação.

Não faço mais que minha obrigação como deputado em trabalhar por melhorias para a cidade, como a verba de R$ 350 mil que obtivemos para construção de ponte sobre o córrego Saltinho, que divide a cidade entre a parte alta (bairro Pena) e a parte baixa (centro comercial). Mas confesso que é um grande orgulho ser agora filho desta terra.

Foi uma alegria também receber esse título na mesma cerimônia em que foi homenageado o agricultor Tsunenori Moribe, que representa a Colônia Hirano, símbolo das dificuldades enfrentadas pelos imigrantes japoneses. Ele contou ser a quarta pessoa da família Moribe a receber o título de cidadão benemérito de Cafelândia. Primeiro foi seu avô Zenichi, que recebeu o título no ano em que a Colônia Hirano comemorava 70 anos de fundação. Seu pai, Kiuzo, foi homenageado dez anos depois e seu irmão Hissasse, quando ocorreu a comemoração do centenário da chegada do seu bisavô Issaburo ao Brasil.

Uma história muito emocionante a dos imigrantes japoneses, que se instalaram na região de Cafelândia, viveram em situações degradantes como os escravos, enfrentaram doenças e as diferenças de línguas, entre outros problemas. Mas superaram as dificuldades e contribuíram para o desenvolvimento das cidades. Em Cafelândia está o primeiro templo budista construído no Brasil e o primeiro núcleo de colonização nipo-brasileira no país, que leva o nome de seu fundador, Hirano.

Na mesma cerimônia tivemos outros homenageados, como o empresário Mitsuyuki Umeki, com o título de cidadão cafelandense, o educador e escritor Paulo Odênio Pacheco e os empresários Francisco dos Santos Neto e Antonio Martinez, com o título de cidadão benemérito. Todos merecedores das honrarias pelos relevantes serviços prestados ao município.

Olhar para a história nos faz refletir. O nome de Cafelândia se refere ao período de grande plantio de café, que fez do município um dos maiores produtores mundiais. Mas a terra já esgotada, os preços dos insumos atingindo valores exorbitantes e o baixo preço do café, com a crise de 1929, levaram os cafeicultores a abandonar a cultura.

Apesar desse triste período, hoje a cidade conta com um moderno distrito industrial, o comércio remodelado e ainda tem na agricultura, principalmente cana-de-açúcar e pecuária, as bases da sua economia. Cafelândia tem um povo generoso e solidário, que sempre me acolheu como filho. Por isso só tenho a agradecer: muito obrigado, Cafelândia!

*Chico Sardelli é deputado estadual pelo Partido Verde.