Opinião- Empregos para os brasileiros


30/01/2017 17:24 | Welson Gasparini*

Compartilhar:


É cada vez mais complicada a situação da economia brasileira: os números apresentados sobre o desemprego no País são, para dizer o mínimo, assustadores. Também impressionam os dados relativos ao fechamento de empresas, pedidos de falência e recuperação judicial. Nossa economia parece um paciente que confundiu a medicação e está agonizando. E não foi por falta de alerta: ainda durante o funesto período do governo petista economistas independentes, não atrelados ao governo de então, advertiram que o longo ciclo de juros altos, baixo crescimento econômico e inflação maquiada dariam no verificado hoje.

Enquanto isto, os sinais emitidos pela maior economia do mundo, através do presidente recém-empossado Donald Trump, não são promissores. Adotando uma postura protecionista o novo presidente americano fecha as portas para diversos parceiros comerciais importantes para os Estados Unidos; embora seja pífia a participação brasileira no comércio mundial, o Brasil ainda depende e muito do mercado americano para alguns setores exportadores nacionais. Torna-se até lógico pensar: outros países deverão adotar a mesma medida dos Estados Unidos para garantir proteção a suas empresas e aos seus trabalhadores.

O Brasil deveria, portanto, imediatamente entender a nova ordem econômica mundial e se reposicionar para não perder ainda mais espaço. Essa, parece, não é a visão dos nossos atuais dirigentes. Na contramão do que faz o governo norte-americano, a Petrobras convidou somente empresas estrangeiras para a retomada do Comperj, em Itaboraí, alegando o envolvimento de empresas brasileiras em escândalos de corrupção. No entanto, das 30 empresas estrangeiras convidadas pela Petrobrás, 23 respondem a processos de corrupção em seus países, algumas até já foram condenadas.

Na minha opinião o Brasil se vê, agora, diante de um dilema crucial: ou protege suas empresas (evitando o êxodo para países limítrofes, como o Paraguai) garantindo o emprego de nossos trabalhadores ou o sofrimento tende a ser maior do que o já assistido hoje.

O exemplo de Trump " mesmo criticado dentro e fora de seu país " deve servir de alerta às autoridades econômicas e políticas de outras nações. Na hora de proteger o interesse americano, Trump não pensou duas vezes e, em seus primeiros atos, anunciou rompimentos de acordos comerciais prejudiciais à indústria americana, tendo como meta trazer empresas americanas de volta para os Estados Unidos, gerando empregos de americanos para americanos. Não seria esse um bom exemplo a ser seguido pelo Brasil num momento em que o desemprego atinge e sufoca tantas famílias? Ou vai ficar fingindo não estar acontecendo nada enquanto a miséria, o desemprego, a violência e outros males se alastram pelo país, até mesmo na região de Ribeirão Preto onde se tornaram frequentes invasões de propriedades rurais e arrastões em ônibus urbanos?

*Welson Gasparini é deputado estadual pelo PSDB

alesp