Opinião: Contra a legalização da maconha


14/02/2017 15:10 | Carlos Cezar*

Compartilhar:


Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, deu uma entrevista estapafúrdia defendendo a legalização da maconha como forma de aliviar a crise do sistema penitenciário brasileiro.

Segundo ele, a medida desmontaria o tráfico de drogas e, com isso, o número de condenados diminuiria.

De acordo com o Ministro, legalizar o consumo pessoal é pouco, seria preciso legalizar a produção, distribuição e consumo, ou seja, tratar a maconha como um cigarro.

Muito além da minha posição como presidente da Frente Parlamentar Evangélica ou como deputado, mas principalmente como pastor e pai de família, fiquei estarrecido com a posição do magistrado.

Talvez o ministro Barroso, não tenha a experiência de lidar com pessoas drogadas e o sofrimento de suas famílias, para emitir tal opinião.

Posso garantir, como pastor que ajuda famílias desesperadas, tratar a maconha como o cigarro só estimulará nossos jovens ao consumo desenfreado.

A tese do ministro cai por terra ao verificarmos o histórico do próprio cigarro utilizado como exemplo de droga legalizada.

Basta ver que o consumo só diminuiu com uma campanha maciça contra seu uso e leis de proibição de utilização do cigarro em espaço público, advindas deste vanguardista Estado de São Paulo.

Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos nove anos, houve uma queda de 30,7% no percentual de fumantes no país.

Ou seja, o Estado teve sim que interferir para que o cigarro ao menos tivesse seu consumo diminuído.

Pior ainda foi a continuação da entrevista em que o Ministro sugere que, caso a experiência da legalização da maconha tenha bons resultados, seja feito o mesmo com a cocaína.

Como pode um magistrado de um país que ocupa o 75° lugar no IDH e onde famílias diariamente sofrem e perdem tudo, por serem vítimas das drogas, emitir tal opinião?

De acordo com relatório anual da ONU, a maconha continua a ser a droga mais consumida no mundo (129 milhões a 190 milhões de pessoas), seguida pela anfetamina, cocaína e opióides.

Todos sabem que ela é a porta de entrada para drogas mais nocivas.

A discussão se dá neste momento, tendo em vista que o plenário STF analisa um processo que pede a descriminalização do porte de drogas.

O julgamento foi interrompido devido a um pedido de vista do ministro Teori Zavascki.

Com a morte do ministro, o sucessor dele, vai herdar o processo.

Ainda que o assunto não seja de responsabilidade da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, como presidente da Frente Parlamentar Evangélica, convoco a todos meus pares que se posicionem contra a legalização da maconha ou qualquer droga. Nossa mobilização é essencial para mostrarmos que o país não pode seguir por este caminho.

Não podemos permitir que este câncer social, tenha legalidade pra invadir ainda mais nossas casas.

*Carlos Cezar é deputado estadual e líder do PSB na Assembleia Legislativa de São Paulo

alesp