Opinião - Água residual no mundo é despejada sem tratamento


27/03/2017 14:34 | Celso Nascimento*

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O Dia Mundial da Água, 22 de março, foi pauta em todos os veículos de comunicação e gerou grande comoção entre a população, mas no seu cotidiano você tem refletido sobre o uso deste bem tão precioso? Em razão disto, me chamou a atenção um dado divulgado pela Unesco " Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, de que 80% dos efluentes do mundo são despejados sem tratamento no meio ambiente. É alarmante tal informação e devemos criar mecanismos para reaproveitar a água residual doméstica, agrícola e industrial.

Justamente por estar atendo ao tema, por ser membro da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e principalmente, por me preocupar com a água apresentei o Projeto de Lei 609/2016, o qual autoriza a criação do Fundo Estadual de Recuperação de Nascentes de Rios (FUEREN), define os recursos para seu financiamento e estabelece os critérios para sua utilização.

A água é um recurso natural insubstituível para a manutenção da vida saudável e do bem estar do homem, além de garantir a autossuficiência econômica da propriedade rural. O desmatamento de encostas e matas ciliares, bem como o uso inadequado do solo, contribuiu para diminuição da quantidade e qualidade da água. As bacias, principalmente, as de cabeceiras devem ser tratadas com a devida importância em uma propriedade, pois são responsáveis pela existência das nascentes que, por sua vez, são fontes de água valorosas para a humanidade.

Por conta disso, o projeto de lei visa assegurar a aplicação permanente de recursos financeiros em ações voltadas ao reflorestamento, com a finalidade de promover estudo, pesquisa, capacitação e ações para conservação, e a recuperação das áreas ciliares e ainda, da cobertura vegetal que protege as nascentes d"água em nosso Estado.

Com a pesquisa divulgada pela Unesco fica claro que devemos explorar as águas residuais, pois, uma vez tratadas podem servir para suprir a demanda por água doce e outras matérias-primas. É preciso reforçar a ideia de que a água é finita e a nossa necessidade é permanente.

Dados de um estudo da ONG Trata Brasil apontaram que aproximadamente metade do esgoto da capital do nosso Estado, por incrível que pareça, é depositada nos rios sem tratamento. Já Curitiba deve ser uma referência para todas as outras cidades. A capital do Paraná ficou em primeiro lugar no ranking do saneamento básico, praticamente 90% do seu esgoto é tratado.

Chamo a atenção para dados alarmantes, dois terços da população mundial residem em áreas que em ao menos 30 dias por ano têm escassez de água. Outro fato, é que cerca de 500 milhões de pessoas residem em lugares em que o consumo de água ultrapassa duas vezes os recursos hídricos renováveis disponíveis. Não podemos olhar para esta realidade e ficar de braços cruzados. Nós temos que unificar as nossas forças para preservar este bem tão precioso e investir nossos esforços para implantar os mecanismos capazes de reaproveitar a água residual.

*Celso Nascimento é deputado pelo PSC

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