Entrevista com o deputado Cezinha de Madureira


11/05/2017 16:46 | Da Redação Larissa Leão - Foto: José A. Teixeira

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Cezinha de Madureira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2017/fg202207.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Com 25 anos de vida pública, o deputado Antônio César Freire, mais conhecido como Cezinha de Madureira (DEM), nasceu em Ipiauí, na Bahia. Participou do setor da agropecuária até os 14 anos, na região produtora de cacau. Desde os 16 anos de idade, já estava envolvido em política e comunicação e ingressado no rádio. Atualmente é vice-líder do Governo na Assembleia, vice-líder do DEM e presidente da Comissão de Saúde. Eleito com 105.521 votos, Cezinha possui mais de cem projetos de lei apresentados e já caminha para quase 200 emendas destinadas a municípios. Além disso, é membro da Assembleia de Deus Madureira, onde ocupa posição de alto escalão. "Defender minha instituição enquanto igreja", ressalta o deputado sobre seus objetivos como político.

Vida pública

O deputado conta que nunca teve motivação para ser parlamentar. Anteriormente, ele trabalhava em assessoria parlamentar na Bahia. Quando veio para São Paulo, onde vive há 26 anos, ele já estava envolvido no meio político e de comunicação. Cezinha recorda seu primeiro contato, aos 16 anos, com o político José de Arimateia, deputado estadual da Bahia, que trabalhava na emissora Rádio Comunitária, que não era legalizada na cidade, o que desencadeou uma aproximação com essa área. "As amizades acabam aproximando as pessoas de outros segmentos", ressalta o deputado em relação ao começo da sua carreira.

Seu primeiro mandato político aconteceu por causa do bispo Samuel Ferreira, de sua igreja, que o orientou a ser deputado estadual. Cezinha explica que o bispo o adotou como filho e que sempre esteve ao lado de Samuel como assessor, tanto para acompanhá-lo em programas de televisão quanto em programas de rádio pelo Brasil. Com essa proposta, o deputado abraçou a iniciativa do bispo sem questionar.

Atuação Parlamentar

A missão do deputado, em primeiro lugar, tem como objetivo "defender o nome da igreja e a família brasileira", explica o deputado. Segundo ele, a igreja prega a paz, a salvação, a mudança e a alegria. "Nós pregamos que podemos ter uma vida melhor, uma sociedade melhor, quando obedecemos aos princípios da vida, que é Deus". Para ele, defender ideias, o que é certo e errado, é sua primeira missão.

Quando chegou ao Parlamento, Cezinha esperava fazer muitas coisas em seu mandato, porém, acentua que "acabou esbarrando nos regimentos internos baseados nas constituições estadual e federal, que te impede de fazer várias coisas". Muitas coisaas só cabem no âmbito da Câmara dos Deputados. Outro ponto destacado pelo deputado foi as barreiras partidárias e ideológicas. "Cada grupo tem seu interesse que acaba confrontando com o do outro", explicou o deputado. Com isso, o parlamentar precisa se alinhar para atingir seus objetivos. "Estamos aqui como soldados e não deixar que nada atinja nossa fé".

Cezinha de Madureira apoia as mudanças que estão acontecendo, como, por exemplo, no Regimento Interno. Para ele, há necessidade de reformar o modelo antigo que "começa a ficar arcaico", explica o deputado. Além disso, ressalta que "toda mudança gera dor".

Em relação à sua atuação na Comissão de Saúde, o deputado destaca que "a saúde é um caos no mundo". Segundo ele, a saúde pública no Brasil, apesar "de termos um governo bem estável e que se preocupa com a população", vive dificuldade para se manter. Apesar da experiência na área de comunicação, o deputado frisa que seu "contato é direto com o povo". Por essa razão, das demandas que recebe em seu gabinete, 80% se refere à área da saúde.

Para projetos futuros, o deputado esclarece que sua vida política é uma vida de projetos. "O tempo passa muito rápido e a política é dinâmica", destaca Cezinha, que pretende tentar a reeleição, segundo orientações da liderança de seu partido.

Lei do Chip e Lei do Cross

Durante a conversa, o deputado destacou a Lei 16.269/2016, decorrente de projeto de sua autoria. A lei tem como objetivo obrigar as operadoras de telefonia celular a exigir maior rigor no cadastro de compradores do chip pré-pago, obrigando ainda as operadoras a fazerem este controle. "Um projeto para beneficiar não só a igreja, mas toda a população", ressalta Cezinha, que explica as dificuldades de aprovação para esse projeto e a complexidade da atuação de um parlamentar.

Em 2016, a lei foi aprovada na Assembleia, porém vetada pelo governador. Em julho de 2016, o projeto voltou para a Assembleia e os parlamentares derrubaram o veto do governador. No mesmo ano, as operadoras de celulares e a Associação Nacional das Operadoras de Celular (ACEL) entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando ser o assunto de competência federal.

Atualmente, a lei está parada em um processo no STF, nas mãos do ministro Celso de Mello, que analisa um pedido de inconstitucionalidade feito pela associação das operadoras.

Entre outras propostas do deputado, a Lei do Cross (PL 520/2016) que interliga os sistemas de busca de vagas do Estado (CROSS) e do município (SIGA) em hospitais e os disponibiliza a pacientes que estão nas filas de espera. A lei foi aprovada na Assembleia, mas vetada pelo governador. Agora, o deputado busca apoio de seus colegas para tentar derrubar o veto na Alesp.

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