Campanha de propaganda não fabrica o bom político


08/12/2017 15:17 | Da assessoria do deputado Abelardo Camarinha

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Não existe cartilha, manual de uso ou curso que possa preparar o político para realizar um bom mandato. Se o candidato for bom ao atender as necessidades daqueles que votaram nele o mandato será vitorioso. Se, ao contrário, o mandato for mal conduzido, a vítima é exatamente a pessoa que votou naquele candidato, pois não terá suas necessidades atendidas. Então qual é a lógica desse jogo? As pessoas tem que aprender a escolher bem, é a sua responsabilidade.

Paralalelamente a esses fatos existe a propaganda, que também pode ser uma faca de dois gumes: se for uma campanha de propaganda bem feita ela "vende" o candidato e as pessoas são propelidas a votar nele movidas pela publicidade. Mas, se, ao contrário, "não o vender", pode ser que a propaganda tenha sido mal feita e o candidato perde. Mas é só no correr do mandato que pode ser avaliado se o voto foi uma boa escolha.

Temos na mão exemplos que retratam a realidade. Trata-se da eleição de um prefeito. Após a eleição ele teria que executar o que prometeu em sua campanha. Se a gestão for boa, poderá ser reeleito. Se a gestão for ruim ou porque não atendeu às demandas do eleitorado ou porque cometeu alguma irregularidade ou fez algo como trair as promessas que prometeu cumprir ou algo saiu do rumo, há algumas hipóteses do que pode acontecer: não ser reeleito, sofrer processo de impeachment, perder seu apoio político e esvaziar seu mandato porque perdeu o poder de decidir ou, ainda, nunca mais ser eleito para nada.

Caso real: em sua campanha para prefeito o candidato criticava a gestão que o antecedeu, que considerava má porque dinheiro havia, mas a gestão era má; o novo candidato prometia resolver os problemas da cidade trabalhando direito. Mas vejamos como está seu mandato: deixa a desejar logo no primeiro dos quatro anos. Para começar, o caos atinge a administração pública: coisas como sepultar o plano de saúde que atendia aos servidores, empurrar seu pagamento para datas incertas e dar calote no pagamento de seu 13º salário diminuindo a circulação de dinheiro e enfraquecendo o comércio da cidade e, enquanto isso, o ex-secretário da Fazenda por três gestões anteriores com larga experiência na área financeira declarou que, em governos como o de 1996-2004, não houve sequer um dia de atraso no pagamento dos servidores. Que mais? O prefeito atual não apoia ações na área escolar, o que sempre existiu. Além disso, a prefeitura publicou que em 2018 serão gastos R$ 2,5 milhões para sua propaganda. Como pode um prefeito pensar em gastar assim sem governo em uma cidade cheia de problemas: escolas sem merenda, aposentados sem vale alimentação, postos de saúde sem medicamentos, problemas no abastecimento de água? Alguém sabe de quem estou falando? Do prefeito atual de Marília.

Um político ou seu mandato não se constrói com propaganda porque não é ela que cumpre mandato, mas sim, aquele que foi eleito. E ele só se conhece quando cumpre o mandato, estes são os fatos, esta é a minha opinião.

Abelardo Camarinha é deputado estadual pelo PSB.

alesp