Há várias formas de aprendizado. A primeira, sem dúvida, é com os nossos professores do lar: pai, mãe, avós... A família como um todo. Mas não podemos deixar de enaltecer aqui o conhecimento que recebemos por meio daqueles homens e mulheres que se dedicam como um sacerdócio à arte de ensinar. Também aprendemos, e muito, com a leitura. Os livros são depositários de cultura e ensinamentos. Eles nos permitem conhecer qualquer lugar do planeta sem que saiamos do lugar. Aí está a maior lição: rico ou pobre, adulto ou criança. Qualquer pessoa pode ter uma vasta bagagem de conhecimento ainda que seja pelas páginas dos livros. Por isso, não podemos abrir mão deles! Para mim foi fundamental o exemplo de pessoas mais instruídas, experientes e sábias que muito me ensinaram. Muitas delas não tiveram a oportunidade de frequentar escolas, mas aprenderam, e muito, com um laboratório de aprendizado chamado vida. Caro leitor, você deve indagar o porquê de toda essa divagação. Ela está sendo feita em virtude da grande crise educacional pela qual passa nosso estado e também, por que não, o nosso país. Buscando as causas disso tudo, mesmo não sendo perito na área da educação, observo alguns pontos que quero compartilhar. Primeiramente, vejo que os bons costumes estão cada vez mais deteriorados, seja pelos políticos, pela família e principalmente pelos meios de comunicação. Todos eles sem exceção. É lamentável como hoje muitos pais tentam empurrar a responsabilidade da educação " a moral, a dos princípios individuais " às instituições de ensino. O que vemos muitas vezes é a substituição das tarefas pedagógicas dos professores pelas funções de babás, que são obrigados a cuidar desde à higiene e dos bons modos das crianças até de seus problemas externos. Quando sobra espaço e tempo para ensinar? Outro ponto que reflete consideravelmente na (má) qualidade da educação é a corrupção, vigente em todos os meios, sejam eles públicos ou privados. Vendo diariamente nos jornais as dezenas de malas de dinheiro ilegal sendo divulgadas, me pergunto como estaria nossa educação se esses recursos fossem devidamente destinados. O Sistema Ensino, por sua vez, está falido. Os professores não transmitem a contento os ensinamentos porque ganham pessimamente ou ganham pessimamente porque não transmitem a contento os ensinamentos? E como ensinar a contento se os professores de hoje foram alunos num passado recente? Se não aprendem, como vão ensinar? Ouso dizer que nosso cenário educacional encontra-se em um parodoxo semelhante ao daquele velho ditado: "Quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha?". Vitor Sapienza é deputado estadual pelo PPS