Parece novela, mas não é. Faz mais de 15 dias que a nomeação da nova ministra do Trabalho gerou uma polêmica. Filha de um deputado federal envolvido nos escândalos do Mensalão, a moça, ao que tudo indica, também não atende aos requisitos mínimos necessários para ocupar um cargo de tamanha relevância. Como uma candidata a ministra do Trabalho possui contendas judiciais contra ela nessa mesma área? Parece piada pronta, mas não é.

Os músicos piracicabanos Cezar e Paulinho, na música "Companheiro é Companheiro", dizem de forma bem clara: "Escolha bem seus amigos de conduta. Companheiro é Companheiro", deixaram bem claro que precisamos escolher pessoas boas para estarem ao nosso lado.

Retidão e conduta ilibada não são requisitos para ocupar função pública. São obrigação! Quem se dispõe a trabalhar na esfera pública precisa ter um passado limpo, idôneo e agir de acordo com a legislação.

Se a contratação de ministros de Estado fosse feita por meio de anúncios em jornais, quais seriam as qualificações exigidas pelo cargo? O que o currículo dos postulantes deveria conter? Seriedade, comprometimento, conhecimento técnico mínimo para exercer a função?

Chama a atenção a determinação do governo federal, por intermédio das palavras e ações do presidente da República e do ministro da Articulação Política, de honrar o compromisso assumido com o pai da moça indicada, o ex-deputado Roberto Jefferson. Parece que a emoção do ex-parlamentar contagiou setores do Palácio do Planalto de tal forma que virou uma queda de braço. Parece uma questão de honra para o atual governo ter em seus quadros Cristiane Brasil.

Tamanho esforço leva-me a refletir e a concluir que ela é uma sumidade na área, capaz de resolver os problemas de toda a população brasileira, criando oportunidades para os brasileiros desempregados e buscando soluções para a divergente questão trabalhista vigente em nosso país.

Sinto-me constrangido em dizer: a indicada não terá como resolver os problemas citados acima. Pelo contrário. A queda de braço com o Poder Judiciário, nessa questão, muito mais do que desconforto para a maioria da população, tem trazido angústia e falta de um norte para quem tem um sonho: ser registrado e ter de acordar cedo todos os dias com um rumo, um emprego garantido e a certeza de que, no final do mês, o holerite garantirá o sustento e o ganha pão de sua família.

Senhor presidente, apelo para que uma nova pessoa seja escolhida para ocupar o cargo de ministro do Trabalho. Ressalto, ainda, que esse ser humano precisa ser uma pessoa digna, correta e entenda da Pasta, mesmo que minimamente, para construir uma política pública condizente com a seriedade que a temática requer.

Vamos aguardar e ficar atentos!

Junior Aprillanti é deputado pelo PSB