Opinião - Criança, sim. E consciente também!


07/06/2018 20:13 | Deputado Vitor Sapienza

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Tenho três netos homens. Infelizmente, nenhum é palmeirense. Gosto muito deles. O futebol não interfere no meu amor e nem nas minhas amizades. Procuro discutir com eles, no possível, diversos assuntos. Dou a eles liberdade. O Vitinho, o mais novo, me surpreendeu recentemente com uma pergunta muito cabível nos dias atuais. "Vô, o que é voto e para que serve?".

A fim de permitir um maior entendi­mento a ele, procurei, ao invés de responder a pergunta secamente, dar um exemplo. Foi então que falei: "Vitinho, quando você joga futebol, tem a necessidade de escolher entre os atletas aquele que vai representá-lo nas dificuldades próprias de um jogo, certo? Essa escolha que você faz é o voto que você dá a alguém para ser o capitão do time. Para que serve o capitão eu já expliquei".

Tornou a me fazer uma pergunta, após a explicação: Vô, a gente só vota em futebol?". E eu prontamente disse-lhe que não e que, durante nossa vida, temos diversas formas de manifestar o nosso voto.

Percebendo que o menino ainda tinha certa dúvida, dei-lhe outro exemplo: "Ao longo dos anos de estudo, por ocasião da formatura escolar, você tem oportunidade de votar duas vezes. A primeira é para escolher quem vai ser o paraninfo, ou seja, o padrinho dos que estão se formando. A segunda é para definir quem fará a saudação aos colegas, e aos convidados na diplomação da turma, ou seja, o representante de todos, o orador da turma".

"Vô, você disputou para ser o orador?", questionou meu neto. E eu respondi: "Não. Eu era um dos mais novos em idade e não me sentia preparado para a disputa", expliquei.

Novamente, o Vitinho, se mani­festou: "Vô, vamos ter eleições no Brasil. Para que ela serve?".

Procurei, no possível, ser o mais didático para permitir o entendimento de uma criança de 10 anos. "A eleição serve para nós, através do voto, escolhermos as pessoas que nos dirigirão nos municípios, estados e no governo central, ou seja, na União. Em outubro deste ano não elegeremos ninguém para o município", contei ao pequeno.

"O mais importante, sem duvida alguma, é a eleição para governador do estado e para presidente da República", ele opinou.

Com satisfação senti que o Vitinho estava gostando do papo e aprendendo.

De repente, o garoto saca uma pergunta que me deixou muito preocupado. "Vô, por que uma parte dos eleitores está fazendo propaganda para o pessoal não votar ou então votar em branco?".

Procurei, com calma, para não confundir a sua cabecinha, explicar que infelizmente os dirigentes políticos, em sua maioria, não representaram bem os eleitores, falhando nas promessas que fizeram antes das eleições, gerando com isso um desânimo em parte dos eleitores.

Nossa obrigação como brasileiros é não perder a confiança no Brasil e uma das formas de contribuir com seu progresso é votar, buscando sempre escolher o melhor. A fuga, por meio do não comparecimento ou com o voto nulo, é uma forma de omissão com o destino do país.

"Vitinho, gostaria de falar um pouco mais sobre um assunto tão delicado?".

"Sim, vô! Quero pedir que converse com seus amigos e colegas para que votem em alguém que achem ser o melhor", finalizou.

Vitor Sapienza é deputado estadual pelo PPS

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