O auditório Franco Montoro ficou lotado na quinta-feira (14/6), ao reunir manifestantes e lideranças de associações para discutir os movimentos de luta pela regularização de ocupações no Estado. A Comunidade Mauá, no centro de São Paulo, possui 237 famílias e ocupa, há mais de 10 anos, o antigo edifício do Hotel Santos-Dumont, abandonado na década de 80 pelos proprietários depois da falência do negócio. "Estou aqui representando o coletivo, e aproveito para reforçar a brutalidade pela qual os moradores estão sendo tratados pela Polícia Militar", afirma Ivaneti Araújo. A ação das forças de segurança pública foi denunciada pelos moradores do coletivo na ouvidoria das Polícias de São Paulo. "Instauramos um procedimento e apuramos junto à Corregedoria o porquê da presença da polícia civil ou militar sem nenhuma autorização. A moradia é uma questão social e não policial", disse o ouvidor Benedito Mariano. Para o deputado Alencar Santana Braga (PT), idealizador do encontro, essas entradas são arbitrárias. "Vivemos em um período no país que se puderem, pisam em nós", declarou. A líder do Partido dos Trabalhadores na Alesp, deputada Beth Sahão, ressaltou a participação contínua do movimento por moradia em outras pautas na sociedade. "Seja na capital ou no interior, eles sempre estão lá. Ainda temos um longo caminho a percorrer, e por isso os movimentos devem pressionar a todo o momento, para não serem esquecidos", complementou. O vereador da Câmara Municipal de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT), celebrou a iniciativa do deputado Alencar Santana. "Ele convidou os mais diversos movimentos para trazerem o seu testemunho sobre as dificuldades que enfrentam", afirmou. Além dos citados, a mesa foi composta pelo líder do Movimento de Moradia na Luta por Justiça (MMLJ), Benedito Roberto Barbosa e o coordenador nacional do Centro de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim.