O auditório Franco Montoro da Assembleia Legislativa de São Paulo sediou na noite de sexta-feira (20/9) mais uma edição do Prêmio Àlasé, criado em 2017, para dar força e inspirações a ações de resgate, valorização cultural, protagonismo, manutenção das tradições e proteção da religiosidade dos afrodescendentes. A solenidade homenageou 16 pessoas que têm uma história de valorização da cultura do axé, como é conhecida, dentro de vários segmentos da sociedade. Desde artistas até pesquisadores científicos, o foco era dar visibilidade às pessoas que resgatam a ancestralidade e levam adiante a cultura negra. Dentre as histórias contadas na noite, esteve a de Jair de Odé. "Pai Jair" desenvolve um trabalho social no bairro de Cidade Tiradentes, extremo leste da capital, onde promove atividades, cursos de manicure, padeiro e diversas modalidades profissionalizantes e culturais, com o objetivo de afastar os jovens da criminalidade. Jair descreveu o sentimento de ser homenageado. "Receber um prêmio é um reconhecimento de todo este nosso trabalho. Fizeram os cursos os pais e eles hoje trazem os filhos para estar com a gente. Isso para nós não tem preço". Reconhecida pela tradição do samba de roda baiano, a Nega Duda deixou uma mensagem de valorização da cultura e afirmação do negro na sociedade. "A gente se sente firme. A gente está na Casa do Povo, apesar de as vezes acharmos que não. Estar aqui como representante da cultura do axé não tem honra maior e espero que os deputados façam mais coisas deste tipo, pois a gente precisa", afirmou Nega Duda. Segundo o idealizador do prêmio, Baba Eddy, a homenagem independe de raça, religião, nacionalidade e objetiva lembrar de pessoas que resgatam a cultura dos ancestrais africanos e tornam a vida de outras pessoas melhor.