Na Tribuna Virtual desta sexta-feira (8/5), Carlos Giannazi (PSOL) comentou entrevista da Secretária Especial da Cultura Regina Duarte a um canal de televisão. "Mostrou crueldade quando foi indagada sobre os mortos pela Covid-19, sobre as pessoas torturadas e mortas pela ditadura militar, sobre artistas recentemente falecidos. Ela tirou sua máscara de namoradinha do Brasil e mostrou uma monstruosidade. É uma espécie de Bolsonaro de calças".

A ida do presidente Bolsonaro ao Supremo Tribunal Virtual na data de ontem também foi assunto. "Bolsonaro foi visitar o presidente do STF tentando pressioná-lo a flexibilizar a quarentena. Esse fato vai ficar na história como a marcha da morte, a passeata da insensatez. Foi cruel o que aconteceu ontem". Giannazi comentou que o número de mortos pelo coronavírus no Brasil chegou a mais de nove mil, mas o presidente da República não fez nenhum comentário. "A única preocupação é o lucro das empresas e não com a vida das pessoas", lamentou Giannazi.

Rodízio em São Paulo

A deputada Janaina Paschoal (PSL) falou sobre o rodízio de veículos instituído pelo prefeito Bruno Covas. "Hoje o prefeito recuou em parte. Ele publicou o decreto instituindo o rodízio, porém abriu várias hipóteses excludentes", comentou. Para a parlamentar, houve um avanço. "O prefeito apresentou uma versão mais branda desse rodízio. Ele acatou as críticas, mas manteve a decisão".

O PT anunciou que entraria na data de hoje com um pedido na Justiça para pedir o lockdown em São Paulo. Janaina Paschoal considera o pedido como oportunismo político. "Precisamos ter inteligência neste momento, dar apoio às autoridades que estão procurando preservar a saúde das pessoas e também abrir, aos poucos, os estabelecimentos que podem ser abertos. Não é hora de abrir escolas, mas talvez os pequenos estabelecimentos possam abrir". Paschoal afirmou que apoia o governador e o prefeito, mas com críticas. "Fiquem em casa", finalizou a deputada.

Tribunal de Haia

Voltando à Tribuna Virtual, Carlos Giannazi afirmou que entrou com um processo no Tribunal Internacional de Haia contra o presidente Bolsonaro. "Ele milita contra a saúde pública".

Para o deputado, apesar de defenderem o isolamento social, o governador e o prefeito o prejudicam por não criarem condições de a população permanecer em quarentena.

Giannazi pediu ao prefeito Bruno Covas que retire os servidores da educação das escolas. "o trabalho que eles estão fazendo pode ser feito de maneira remota". De acordo com o deputado, dizer que estimula o isolamento e impor a ida dos professores às escolas é incoerente. "O Ministério Público tem de fazer uma intervenção. Temos um decreto de calamidade pública em vigor. As escolas precisam ficar fechadas".

O parlamentar comparou o Estado de São Paulo com a Argentina. "Ambos têm quase a mesma população e PIB. A Argentina fez um isolamento radical, investindo inclusive em proteção social. Lá ocorreram 260 mortes durante todo o processo da pandemia até agora. O Estado de São Paulo já tem mais de 2.864 mortes".

Giannazi finalizou seu discurso dizendo que, se tivéssemos feito uma quarentena séria, já estaríamos diminuindo a curva e nos preparando para sair do isolamento.