Demissão de ministro e reabertura de comércio são debatidos na Tribuna Virtual


15/05/2020 21:07 | Plenário | Maurícia Figueira - Foto: Sérgio Galdino

Compartilhar:

Tribuna Virtual<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2020/fg248951.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Tribuna Virtual<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2020/fg248952.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Tribuna Virtual<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2020/fg248953.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Com a pandemia atual, a Assembleia Legislativa deixou de realizar sessões presenciais. Para substituí-las, foram instituídos o Plenário Virtual e a Tribuna Virtual. O primeiro corresponde a uma parte da sessão presencial chamada Ordem do Dia, na qual os deputados discutem e votam os projetos. Já a Tribuna Virtual veio para substituir uma parte também importante das sessões ordinárias: o Pequeno e o Grande Expediente, tempo utilizado normalmente pelos deputados para tratar de assuntos de livre escolha.

No dia 30 de março foi realizada a primeira sessão em ambiente virtual da Alesp, para discussão do projeto de decreto legislativo que reconheceu o estado de calamidade pública no Estado de São Paulo. E, no dia 6 de abril, teve início a Tribuna Virtual, que nesta semana completa um mês e meio de variados discursos dos deputados estaduais paulistas.

Na Tribuna Virtual da tarde desta sexta-feira (15/5), um dos assuntos foi o pedido de demissão do Ministro da Saúde. Outro assunto foi o isolamento social. A continuidade do isolamento social, com medidas de proteção social, foi defendida pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL). Por outro lado, a possibilidade de reabertura de pequenos comércios, depois de estudos e análises, foi defendida pela deputada Janaina Paschoal (PSL).

Saída do ministro

Carlos Giannazi (PSOL) iniciou sua participação dizendo que "o Brasil parece que cada vez mais está caindo num abismo sem fim", ao comentar o pedido de demissão do Ministro da Saúde menos de um mês depois de sua nomeação. "É como se um paciente estivesse numa cirurgia e mudasse toda a equipe médica no meio do procedimento, e as equipes brigando entre si. O Brasil é esse paciente na mesa da cirurgia".

A deputada Janaina Paschoal informou que conseguiu com que a Secretaria de Saúde entregasse os documentos do processo de contratação de respiradores para o Estado de São Paulo.

Sobre o governo federal, Janaina Paschoal afirma que não viu "nenhuma prova de interferência efetiva do presidente na Polícia Federal", mas considera que é necessário o acesso ao conteúdo da gravação da reunião ministerial na íntegra para analisar melhor. "Entendo que, para não deixar margem a dúvidas, temos sim que ter acesso ao conteúdo dessa gravação. É possível que haja elementos que indiquem o desejo de interferência, ou uma incapacidade do presidente de conviver com a menor divergência". A parlamentar considera que o motivo do pedido de demissão do ministro da Saúde foi um conflito entre o presidente e o ministro quanto à cloroquina.

Sobre o medicamento, Janaina Paschoal afirmou que esse debate está politizado. "Os hospitais de ponta estão usando a cloroquina. O CFM autorizou o uso da cloroquina. Em nenhum momento o ministro Teich fez algum movimento no sentido de proibir essa utilização. O que ele fez, assim como o CFM, foi ressaltar que não há provas cabais de que a cloroquina é efetiva". Para a deputada, é radicalismo dizer que a cloroquina não deve ser usada, mas também é radicalismo dizer que a cloroquina é a resolução de todos os problemas.

Voltando à Tribuna Virtual, Carlos Giannazi repudiou o veto do presidente Bolsonaro à inclusão de novas categorias ao auxílio emergencial. O projeto havia sido aprovado pelo Congresso Nacional com a inclusão de categorias como professores eventuais, pescadores artesanais, agricultores familiares, artistas, entregadores de aplicativo, taxistas, entre outras. "Não foi à toa que fez aquela marcha da insensatez ao STF para retomar a economia, abrir o comércio, ou seja, para consolidar a política assassina do Bolsonaro, levando pessoas à morte. O mundo todo está fazendo isolamento social com proteção social. Aqui no Brasil ele sabota o isolamento social, não investe na saúde. Fora, Bolsonaro", encerrou Giannazi.

Reabertura de pequenos comércios

Também reinscrita na Tribuna Virtual, Janaina Paschoal falou que, assim como o caso da cloroquina, o isolamento também deve ser objeto de análise. "Embora reconheça a importância do isolamento, no que tange os pequenos comércios, poderíamos desenhar um plano de reabertura", ponderou a deputada. "Não há prova suficiente de que uma loja aberta, com controle de entrada, com obrigatoriedade de uso de máscara, prejudicará tanto os índices assim".

Finalizando, a parlamentar sugeriu a criação de um grupo de deputados para conversar com o governador e construir um plano de reabertura em conjunto. "Precisaremos medir os riscos e enfrentá-los. Não acho justo que o presidente ou o governador tome sozinho as decisões. É necessário mais diálogo".


alesp