Ações sociais diminuem o impacto da Covid-19 em regiões mais vulneráveis


24/06/2020 20:42 | Pandemia | Arthur Souza

Compartilhar:

Imagem ilustrativa (fonte: ingimage)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2020/fg250360.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A pandemia do novo coronavírus tem exposto as mazelas da sociedade brasileira. A população mais pobre é a que mais sente os impactos da doença. De acordo com a Secretaria de Saúde do município de S. Paulo, as regiões mais periféricas da zona sul, leste e norte concentram o maior número de mortes. Em abril, distritos mais afetados como Brasilândia, Grajaú, Sapopemba e Tiradentes, registraram entre 50 e 150 óbitos por coronavírus.

Nessas regiões a mortalidade da Covid-19 atinge mais a população da faixa etária entre 30 e 40 anos do que em outros pontos da cidade. Segundo a prefeitura, as áreas com piores índices de qualidade de vida (sem saneamento básico, moradia precária e renda baixa), as chances de morte por coronavírus são dez vezes maiores do que em bairros como Pinheiros, por exemplo.

Conexão remota

Iniciativas para conter os danos da pandemia têm se mostrado uma alternativa para a população em situação de vulnerabilidade do Estado. O presidente da ONG Afago, Rafael Volpe, já atuava em projetos sociais na comunidade do Jardim Pedreira, na zona sul de São Paulo, mas por causa das medidas de isolamento social teve que mudar a relação com os moradores. "Na nossa sede na comunidade, nós acolhíamos mais de 200 crianças em situação de vulnerabilidade, oferecendo medidas socioeducativas para que elas pudessem exercer seus direitos básicos de acesso ao ensino. Hoje nós estamos realizando esse trabalho de forma remota, a fim de manter nossa conexão com as crianças durante o isolamento".

Além desta ação, a Afago também tem unido esforços com colaboradores para doar cestas básicas, produtos de higiene e outros recursos para manter as famílias da Pedreira em casa. "A maioria das pessoas da comunidade trabalha no setor informal da economia e estão sendo as mais afetadas pelo fechamento do comércios e outros serviços. Muitas das famílias estão sem ter o que comer em suas casas". Para Volpe, manter os laços, mesmo evitando o contato, é essencial para superar as dificuldades causadas pela Covi-19. "Nós nunca precisamos tanto nos ajudar. Criar e preservar essas redes de apoio, nos fortalece como sociedade, faz com que a gente mantenha a empatia num momento de crise".


alesp