Problemas na graduação de Letras da USP são debatidos na Alesp
19/05/2023 19:51 | Educação | João Pedro Barreto, sob supervisão de Tom Oliveira - Fotos: Rodrigo Costa





A situação atual da graduação de Letras da Universidade de São Paulo foi debatida durante uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa na noite desta quinta-feira (18).
"A gente entra nessa universidade com uma expectativa muito grande. O vestibular é muito exaustivo, passamos anos estudando. Quando conseguimos entrar, não ser acolhido pela universidade é bem complicado", relatou Júlia Silva, estudante de Letras da USP. Ela ainda contou que essa frustração é motivo de muitos alunos não continuarem na faculdade.
A universitária compôs a mesa do evento ao lado do deputado Carlos Giannazi (Psol), que convocou a audiência, de Mandi Coelho, diretora do Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e Literários Oswald de Andrade (CAELL), Adrián Pablo Fanjul, professor de espanhol no departamento de Letras Modernas, Vanessa Martins do Monte, professora de Filologia da pós-graduação, Arlene Clemesha, professora de História Árabe e Leiko Matsubara Morales, de japonês ambas do departamento de Letras Orientais.
Reclamações
A grande reclamação dos membros da graduação que compareceram é a falta de professores. Segundo eles, o número atual de docentes é muito menor do que seria necessário para a manutenção de todos os cursos que a graduação fornece.
A graduação de Letras na USP conta, ao todo, com cinco departamentos: Letras Modernas; Letras Orientais; Letras Clássicas e Vernáculas; Linguística; e o de Teoria Literária e Literatura Comparada. Neles, são ministrados cursos de português, obrigatório a todos os estudantes, e diversas línguas, como árabe, russo, chinês, coreano, japonês, espanhol, francês, italiano, entre outras disciplinas.
Pelas contas do centro acadêmico, para que todos os cursos fossem oferecidos com excelência, seria necessária a contratação de 103 docentes, distribuídos pelos departamentos, além de 11 funcionários administrativos. Todavia, eles pedem que a reitoria da Universidade contrate ao menos 80 profissionais para que os cursos continuem funcionando. Esse grande déficit se dá pela não reposição de professores que se aposentaram, faleceram ou saíram da universidade.
De acordo com diversos alunos e professores que falaram durante a audiência, por causa da falta de professores, algumas línguas já não oferecem aulas durante o período noturno e outras já correm o risco de ter suas atividades paralisadas, como o curso de coreano, que atualmente conta com apenas um docente que já está em idade avançada.
Situação crítica
Assim como os membros do curso, o deputado Carlos Giannazi classificou a situação como um ?desmonte? da educação pública. "O curso de Letras forma professores para a educação básica do Estado. É inconcebível que uma universidade que tem um orçamento de 8,4 bilhões de reais esteja desmontado um curso importante e de excelência como esse", afirmou.
Arlene Clemesha, professora da instituição, lamentou a situação que o curso vive e reforçou a ideia de que esta crise que o curso vive faz parte de um projeto. "É uma situação que parece quase proposital, de desmonte da vida acadêmica, do pensamento crítico, da formação de professores, formação intelectual dos nossos jovens", disse a docente.
Resultados
Ao fim da audiência, os presentes fizeram reivindicações ao deputado Giannazi para que fossem tomadas ações concretas após a audiência. O parlamentar se comprometeu em solicitar a convocação do reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, à Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação para prestar esclarecimentos, acionar o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado sobre a situação que a faculdade está passando, além de criar ações em apoio aos trabalhadores terceirizados da universidade.
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