Alesp lança Frente Parlamentar de Apoio à Adoção no Estado de São Paulo

Conselho Deliberativo vai propor a destinação de recursos orçamentários para disseminar a cultura adotiva nos municípios paulistas  
23/05/2023 18:11 | Crianças e Adolescentes | Claus Oliveira - Foto: Bruna Sampaio

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Auditório Teotônio Vilela<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg301519.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Caio França<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg301520.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Auditório Teotônio Vilela<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg301521.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Auditório Teotônio Vilela<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg301522.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Frente Parlamentar em Apoio à Adoção no Estado de São Paulo, idealizada pelo deputado estadual Caio França (PSB) e lançada nesta terça (23), quer fortalecer as políticas municipais voltadas à cultura adotiva por meio de verbas do Orçamento estadual. Esses recursos serão destinados aos grupos de apoio à adoção, os GAAs. Atualmente, em torno de 70 atuam voluntariamente no Estado na preparação de adotantes e prevenção do abandono de crianças e adolescentes.

Para analisar a destinação dos recursos, a Frente, formada por 37 deputados, criou um Conselho Deliberativo cujos membros representam os GAAs paulistas, a Associação Nacional deles - a Angaad - e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP).

"A gente quer chegar a 100 [GAAs] em São Paulo. Não tenho dúvida de que esses recursos podem auxiliar na ampliação desses grupos", declarou França, antecipando que vai reservar uma emenda R$ 200 mil com a finalidade de potencializar o voluntariado na adoção. "A gente consegue fomentar o debate ajudando com aporte financeiro, difundindo o assunto", acredita o coordenador.

Para a advogada Cecília Coimbra, do Grupo Acolher Mairiporã, o suporte financeiro serve para disseminar a cultura adotiva em São Paulo e reforçar a luta contra o preconceito adotivo. "Penso que, para haver o combate à adotofobia, além das leis, temos que ter campanhas de conscientização. Os recursos são extremamente importantes porque todo o trabalho dos grupos de apoio à adoção é realizado de forma voluntária. Com a destinação desse valor, podem ir para as cidades, levar o trabalho, fazer palestra".  

Parceiros da adoção  

Além do financiamento via emendas orçamentárias, as parcerias institucionais serão outros fortes aliados da Frente Parlamentar da Alesp para incentivar a adoção no Estado de São Paulo. Além do diálogo com a sociedade civil, o deputado Caio França afirmou que fará "grande peregrinação nos órgãos responsáveis no sentido de impulsionar o tema em São Paulo", a exemplo do Tribunal de Justiça e o Ministério Público.

Um dos parceiros da Frente, o presidente da Angaad, Paulo Sérgio Pereira dos Santos, defendeu que a adoção seja prioridade absoluta na formação de políticas públicas. Pela Comissão da Criança, Adolescente e Adoção da OAB (102ª Subseção), o advogado Carlos Berlini renovou o compromisso da assistência jurídica gratuita aos grupos paulistas de apoio à adoção. Já a vice-presidente da Associação dos Grupos de Apoio a Adoção do Estado de São Paulo (Agaaesp), Cecília Reis, sugeriu que o Judiciário Paulista dialogue "de forma mais empática" com os GAAs durante o processo de preparação das adoções.        

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social do município de São Paulo (SMADS) foi representada no lançamento da Frente pelo assessor Marcos Saraiva. Vereadores de vários municípios paulistas também estiverem na Alesp.

Família adotiva

O casal de advogados Alexandre e Claudia Fanti compartilharam a experiência pessoal na adoção. Pai adotivo de Cris, 12 anos, e atual presidente da OAB no distrito de Santo Amaro, Fanti confidenciou que "não era a favor da adoção", e que só venceu o preconceito adotivo após participar de um curso de adoção. A vinda da filha, declarou Fanti, "abriu minha mente, alma e coração para adoção".

"Nos tornamos pessoas diferentes em todos os sentidos. Chegamos no nosso processo de adoção achando que éramos os melhores pais que poderíamos ser. Quando começamos a frequentar o grupo de apoio, a gente viu que a caminhada era muito longa. E continua sendo. A gente precisa dessa ajuda, dessa força, dessa união por eles [nossos filhos] e principalmente por nós mesmos", disse Claudia testemunhando a passagem por um GAA.

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