Audiência pública expõe falhas de gestão de grupo empresarial em escolas particulares
30/08/2023 20:30 | Educação | Fábio Gallacci - Fotos: Rodrigo Romeo



A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, nesta terça-feira (29), uma audiência pública em defesa dos professores e funcionários que atuam, ou já atuaram, nas escolas do Grupo Vitamina, organização chilena que comprou 37 unidades de educação infantil, principalmente na Capital. No evento organizado pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL), os profissionais presentes apontaram fragilização do trabalho docente, não pagamento de salários e direitos trabalhistas, inexistência de manutenção predial e até mesmo escassez de alimentos para os alunos.
Além disso, a organização é acusada de, supostamente, não pagar parcelas devidas de imóveis comprados e alugados. Seus representantes também não teriam participado de encontros de conciliação promovidos pela Justiça.
Embaixada
Giannazi afirmou que vai levar todas as demandas para o Ministério Público Estadual e do Trabalho, além das Câmaras Municipal de São Paulo e dos Deputados, em Brasília. O parlamentar também garantiu que, por se tratar de um grupo estrangeiro, vai procurar a Embaixada do Chile no Brasil em busca de um posicionamento oficial. "É inadmissível que em uma escola particular haja sucateamento, degradação, abandono, arroxo salarial em cima de professores e demais funcionários", disse ele.
Atraso
Sílvia Bárbara, diretora do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro), participou da audiência na Alesp. "Vejo o que acontece com as 37 escolas que foram compradas pelo Grupo Vitamina como uma verdadeira tragédia, que atingiu frontalmente todos os agentes da Educação. Atingiu pais de alunos e, principalmente, as crianças que deveriam estar saindo da pandemia com o dobro de esforço para que o atraso provocado pelo afastamento fosse recuperado", lamentou.
"As escolas começaram a ficar deterioradas, atrasos nos salários, falta de condições de trabalho e demanda exaustiva. Existem denúncias de que coordenadores teriam que levar alimentos para algumas escolas porque as unidades não tinham dinheiro para comprar coisas básicas para os alunos no dia a dia", afirmou Sílvia.
Direitos
A professora Daniele Paranhos, ex-funcionária do grupo, lembrou que a unidade onde trabalhava tinha um elogiado projeto pedagógico antes de sua venda. "Tiraram todos os nossos direitos trabalhistas, inclusive as férias. Pedi demissão porque não aguentava mais trabalhar lá. Fui coagida a aceitar um acordo em 12 parcelas. Recebi a primeira e nunca mais me pegaram nada. Tenho dois filhos pequenos e várias dívidas. A escola acabou fechando", contou.
Diretora de outra unidade, Regina Tolentino afirmou que deixou seu cargo quando problemas começaram a acontecer. "Eu mesma tive que sair para buscar alimentos. A manutenção da escola também não era realizada. Quando eu saí, e a situação se agravou, várias famílias tiraram seus filhos e a escola fechou. Ainda não recebi nenhum dos meus direitos até hoje", acrescentou.
Ausência
Representantes do Grupo Vitamina foram convidados a participar da audiência pública pela assessoria do deputado Giannazi, mas ninguém compareceu ao evento.
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