"Velhice não é motivo para maus-tratos": Seminário na Alesp discute políticas para pessoas idosas

Organizado pelo mandato de Simão Pedro (PT), evento celebrou os 20 anos do Estatuto do Idoso e convidou parlamentares para debater novas iniciativas públicas
09/10/2023 18:30 | Seminário | Gustavo Oreb Martins - Foto: Marco A. Cardelino

Compartilhar:

Seminário direitos das pessoas idosas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2023/fg310779.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Seminário direitos das pessoas idosas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2023/fg310780.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, na tarde desta segunda-feira (9), um seminário organizado pelo deputado Simão Pedro (PT), com o objetivo de ilustrar as dificuldades vividas pela população idosa no Brasil e, ao mesmo passo, debater sobre a criação de novas políticas públicas que garantam direitos e auxílios para esse público.

Na visão do proponente do evento, a ocasião foi muito proveitosa para todos os idosos presentes, que se deslocaram de suas cidades e bairros até a Assembleia para ouvir os parlamentares e participar das discussões. "Um evento como esse, com participação popular, é essencial para a formulação de novos projetos de lei. Cada vez mais, vamos agir dentro do Parlamento e cobrar o Governo por mais políticas para as pessoas idosas, que se tornam a cada instante mais importantes", destacou.

Parlamentares idosos

Ex-prefeita da cidade de São Paulo, a deputada federal Luiza Erundina foi convidada a participar dos debates na Alesp. "A velhice não é uma doença, nem defeito, nem motivo para maus-tratos. Entretanto, o preconceito contra as pessoas de idade avançada é constante", afirmou a estadista de 88 anos que, recentemente, se tornou membro do Grande Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de São Paulo.

Erundina também relatou que, nos tempos de prefeitura, era tratada diferente por ser idosa e mulher, e isso a motivou a lutar ainda mais pela garantia dos direitos desses grupos em específico. "Os direitos sociais para os idosos devem ser concretos e funcionais, em todas as esferas de governo, em todas as cidades e estados do país. Nem sempre os idosos conseguem participar diretamente das ações por conta de dificuldades físicas, visto isso, cabe a nós [parlamentares] agir em defesa dessa população", declarou.

"Não ando mais rapidamente como já andei, mas, de vez em quando, os mais velhos podem realizar ainda mais que os jovens. Saio daqui, hoje, me sentindo mais jovem, mais animada e mais empenhada na luta pela defesa dos direitos humanos, direitos sociais e, acima de tudo, o direito pela felicidade de todos", encerrou Erundina.

Em sequência, o deputado Eduardo Suplicy (PT), de 82 anos, parabenizou a deputada federal pelas palavras e destacou a sua importância em sua trajetória política. "Erundina é um exemplo de que a idade não impede uma pessoa com força, determinação e vontade de realizar grandes feitos. Ela, com 88 anos, ainda serve muito ao Brasil e ao povo brasileiro, e é uma grande inspiração para mim até hoje", disse.

Também marcou presença no evento o secretário nacional de Direitos Humanos, Alexandre da Silva. Segundo ele, a marca da discriminação aos idosos está presente em diversos espaços até os dias atuais, mesmo que muito já tenha sido realizado nesse âmbito. "Há vinte anos, o envelhecimento era muito pouco observado por políticos, médicos e pesquisadores. Após a criação do Estatuto do Idoso à época, as visões começaram a mudar. (...) Hoje, ainda há muita exclusão dos idosos no Brasil, mas, com trabalho atento e estudioso, nosso país, atualmente, é um dos mais acolhedores para os idosos", discursou.


alesp