No mês mais seco do ano, Alesp reforça campanha de prevenção a incêndios e queimadas no estado
12/08/2024 17:10 | Agosto Cinza | João Pedro Barreto - Fotos: Governo do Estado e Agência Alesp









Todos os anos, quando chega o inverno, crescem as notícias sobre incêndios em vegetação no estado e em todo o país. A falta de chuvas nesse período faz com que, em agosto, mês mais seco do ano, o número de ocorrências seja o maior entre os doze meses. Por isso, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo apoia, desde 2021, a campanha Agosto Cinza, voltada a promover palestras e seminários e distribuir cartilhas e panfletos sobre a prevenção e o combate às queimadas.
"Grande parte das ocorrências que atendemos é fogo em mato. Então, durante esse período de estiagem, nós focamos tanto no trabalho de conscientização pública quanto no treinamento de brigadistas, seja das prefeituras ou de parcerias com empresas, principalmente no Interior, que têm uma área rural grande em volta", explica a porta-voz do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, tenente Olívia Perrone.
Alesp de olho
Além da Lei 17.459/2021 - de autoria do ex-deputado e bombeiro Coronel Nishikawa, que oficializou a campanha do Agosto Cinza no estado -, a Alesp trabalha diariamente com foco em reduzir os danos causados por incêndios e queimadas. Uma das iniciativas da Casa é a Frente Parlamentar em Apoio ao Corpo de Bombeiros, coordenada pelo deputado Lucas Bove (PL).
"É uma corporação respeitadíssima pela população do estado e precisa de apoio, não só financeiro, para infraestrutura e equipamentos, mas também de um representante aqui na Alesp, que consiga trabalhar em prol das suas demandas trabalhistas e de aumento do efetivo", comenta Bove, ao falar sobre dar continuidade ao trabalho do ex-deputado Nishikawa.
Além da ajuda material que a Frente Parlamentar e a Alesp podem dar aos bombeiros e outras entidades de combate ao fogo, o parlamentar destaca a importância de reconhecer o trabalho desses servidores que arriscam suas vidas diariamente.
"É de suma importância para qualquer ser humano, principalmente estes que estão na linha de frente, o reconhecimento de seu trabalho. Muitas vezes, o que para nós é um pequeno gesto, seja por uma Moção de Aplauso, uma entrega de diploma de honra ao mérito, para esses homens e mulheres que arriscam sua vida significa muito", defende o deputado.
No campo da legislação, a Alesp aprovou a Lei Complementar 1.257/2015, que criou o Código Estadual de Proteção contra Incêndios e Emergências. A Lei é responsável por normatizar todo o sistema de combate ao fogo em São Paulo.
Há mais de 40 anos, a Assembleia criou também uma norma que obriga que escolas de ensino fundamental e médio tenham profissionais com conhecimento de combate a incêndios. A Lei 3.092/1981, do ex-deputado Mário Ladeia, busca dar mais segurança aos jovens nos estabelecimentos de ensino do estado.
Antecipar
Mais recentemente, a Assembleia criou e aprovou a Lei 17.460/2021, que regulamentou o Manejo Integrado do Fogo (MIF). De autoria do deputado Maurici (PT), a legislação surgiu pouco tempo depois do incêndio que atingiu 53% do Parque Estadual do Juquery, unidade de conservação em Franco da Rocha, na Grande São Paulo.
"O fogo faz parte da nossa vida. Ele pode ser nosso amigo ou nosso inimigo, depende de como a gente se comporta em relação a ele", afirma Maurici. "A ideia é usar o fogo de forma controlada. Se divide a área do parque em pedaços, coloca fogo e controla. Isso evita que, em especial no inverno, se acumule um grande volume de material sujeito a combustão e que faça proliferar os incêndios", explica o deputado, que ainda enfatiza a importância de destinar recursos para que o MIF seja feito com estrutura e por profissionais treinados.
O geógrafo e gerente regional da Fundação Florestal no Parque do Juquery, Adriano Almeida, reforça a importância de se antecipar, diminuir a quantidade de matéria orgânica no solo e assim reduzir um possível incêndio. "Os incêndios criminosos são muito comuns, principalmente aqui na região metropolitana. Mais de 98% dos focos de incêndio no estado de São Paulo são de origem humana, seja um balão que cai numa unidade de conservação, uma pessoa que vai limpar um terreno ou vai queimar o lixo e o fogo adentra nas nossas áreas", comenta ele.
Consciência
Considerando o aumento de mais de 100% no número de ocorrências de incêndio em vegetação em 2024, em relação a 2023, é cada vez mais necessário trabalhos de conscientização sobre o tema - os dados são do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.
"A gente sente na pele, e a estatística não mente, que a cada ano realmente fica pior. Em contrapartida, todos os anos, a gente busca subterfúgios, meios para mitigar na mesma proporção que os incêndios em vegetação aumentam. Tentamos treinar mais brigadistas, conscientizar ainda mais as pessoas. Conforme essa estatística vai aumentando, ampliamos o nosso contingente de combate e prevenção", detalha a tenente Olívia.
A bombeira explica que as causas mais comuns de incêndio são bitucas de cigarro em beiras de rodovia e soltura de balões, principalmente na época de festas no meio do ano - fator responsável pelo incêndio no Parque Juquery. A mais recorrente é a limpeza de terrenos rurais.
Por isso, ela orienta que não se utilize a queimada como forma de limpar terreno, principalmente nos meses de estiagem. Além disso, sugere que sejam feitas denúncias através do telefone 181, caso saiba de alguém que solte balões ou que tenha costume de colocar fogo em vegetação. Em caso de flagrante, ainda é possível acionar a Polícia Militar via 190.
Se você presenciar o princípio de um incêndio, é necessário realizar contato com o Corpo de Bombeiros, pelo 193, e tomar alguns cuidados, como evitar inalar a fumaça expelida, e ficar atento em relação a animais peçonhentos, que podem fugir do fogo.
"Nós, como instituição, não conseguimos estar em todas as casas, em todos os bairros, então a gente depende muito do cidadão para poder nos auxiliar nessa conduta de prevenção, para conscientizar o bairro, os vizinhos, porque eles são as pessoas que estão no dia a dia em contato uns com os outros", complementa a Tenente.
Na mesma linha, Adriano Almeida enfatiza como a natureza é importante para as gerações de hoje e de amanhã. O Parque Juquery, onde trabalha, tem pouco mais de 2 mil hectares e é uma área de extrema importância para a qualidade do ar e da água das cidades da Região Metropolitana da Capital, já que tem relação direta com o Sistema Cantareira.
"O grande desafio é garantir a conscientização da população. Precisamos de ações de interação socioambiental para mostrar para as pessoas que precisamos enxergar essas áreas como se fosse um ente da nossa família, porque se não tivermos uma floresta em pé, não vamos ter qualidade de vida. Então, a população precisa entender que precisamos preservar essas áreas não só por nós, mas também para nossos filhos, netos e também para proteger as espécies que vivem aqui", complementa o geógrafo.
Voluntários
Para Olívia, além da conscientização, a melhor forma de ter mais efetividade no combate a incêndios é angariar mais brigadistas voluntários. Ela defende que exista um programa estruturado de recrutamento municipal de cidadãos dispostos a ajudar nos períodos mais críticos.
"É um trabalho braçal. A gente precisa de pessoas apagando o fogo mais por abafamento do que pela água em si. Então, quanto mais fomentarmos essa cultura de brigadistas municipais, que ainda é pequena no Brasil, esse espírito de voluntariedade, dos cidadãos se unirem naquele momento de dificuldade, mais rápido esse fogo vai ser extinto, evitando que ele se espalhe e acabe destruindo propriedades", finaliza a bombeira.
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