Com Leis e iniciativas parlamentares, Alesp atua no combate e prevenção ao câncer de mama
04/10/2024 19:03 | Outubro Rosa | Giullia Chiara - Foto: Agência Alesp/ Dominique Torquato/ Reprodução Facebook






O câncer de mama é a doença que mais atinge mulheres no Brasil, com estimativa de risco de 66,54 casos a cada 100 mil pessoas do sexo feminino. Neste mês, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo reforça, através da campanha internacional do Outubro Rosa, o seu compromisso com ações de combate e prevenção à doença.
Atuando por meio da criação de Leis e outras iniciativas, os parlamentares da Alesp demonstram preocupação com o tema desde a década de 1990, quando a Lei 8.893/1994, que instituiu a Carteira de Prevenção do Câncer Ginecológico e Mamário, foi instituída a partir do PL nº 384/1992, de autoria do ex-deputado estadual Arnaldo Jardim. A propositura foi atualizada pela Lei 17.431/2021, que consolidou a legislação paulista relativa à proteção e defesa da mulher.
O Outubro Rosa faz parte do calendário oficial do Estado desde 2015, a partir da Lei 16.046/2015, de autoria da ex-deputada Vanessa Damo. Já por meio da Lei 16.760/2018, também aprovada na Alesp, o Executivo foi autorizado a implantar centros de alta resolutividade (Cares) para o diagnóstico do câncer de mama.
Mais recente, a Lei 17.760/2023, de autoria coletiva dos parlamentares da Casa, autoriza o Poder Executivo a instituir, regulamentar e implementar o Programa Saúde da Mulher Paulista, com a finalidade de promover o desenvolvimento de ações e serviços de prevenção e assistência integral à saúde da mulher. Já a Lei 17.803/2023, por sua vez, assegura às mulheres o direito a acompanhante durante as consultas médicas, exames e demais procedimentos clínicos nos estabelecimentos de saúde públicos e privados do Estado.
Atenção e cuidado
Adriana Leite, jornalista de 52 anos, descobriu um câncer de mama em 2016, durante um exame de rotina. Ela conta que já havia percebido um caroço em seu seio, mas acreditou que não se tratava de algo sério. "O que sempre falo para as mulheres é para fazerem seus exames. Eu fiquei dois anos sem fazer, por conta do luto pela perda do meu pai", lembra ela. Quando recebeu o diagnóstico, o tumor da jornalista já tinha quase 4 centímetros, o que tornou o tratamento mais complexo e delicado.
"A mulher está sempre pensando nos outros; no marido, nos pais, nos filhos e a gente esquece de olhar um pouco para si", aponta Adriana, sobre o motivo que faz com que, muitas vezes, mulheres deixem de realizar os exames preventivos.
Comumente vinculado à campanha, o autoexame é uma forma acessível de mulheres observarem mudanças na mama que podem indicar a presença de câncer. Apesar de não substituir os exames de rotina, se alterações anormais nos seios aparecerem, a mulher pode e deve buscar o mais rápido possível o atendimento profissional.
São sinais de alerta sintomas como: nódulo na mama, geralmente indolor, duro e irregular; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo); pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço e saída de líquido anormal das mamas.
O oncologista e diretor do Instituto da Mama de Piracicaba, André Orlando Marques, explica que o diagnóstico é realizado a partir de alterações observadas no exame de mamografia. "A mamografia deve ser feita por todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade ou antes, caso tenha algum histórico familiar ou algum sintoma", informa.
O médico salientou que, caso sejam encontrados nódulos, a paciente deve passar para uma biópsia, que dará o diagnóstico definitivo da existência ou não de um câncer de mama. Outros exames, como o ultrassom de mama e a ressonância magnética da mama, são complementares à mamografia.
"Após a biópsia, se confirmado o câncer de mama, essa paciente deverá ser encaminhada para o tratamento. É um processo multimodal, que vai abranger cirurgia, pode ter ou não quimioterapia, hormonioterapia ou radioterapia. Para chegar a essa decisão, depende do tipo de câncer. Hoje nós temos tumores hormonais, tumores não hormonais e outros subtipos. Também depende do estadiamento, ou seja, a extensão do câncer no corpo da pessoa", acrescenta Marques.
Forças
Um diagnóstico de câncer traz o óbvio impacto da notícia para os pacientes e familiares. "Para a maioria das pessoas, o diagnóstico é uma sentença de morte [...] mesmo sendo jornalista, eu descobri minha ignorância em um assunto sobre o qual toda mulher deveria saber pelo menos um pouco, tanto pela prevenção, quanto para saber lidar com a situação caso aconteça", comenta Adriana.
Ela relembra a sensação de descobrir a doença: "Senti como se tivesse tomado um murro na boca do estômago. Me senti desnorteada. É uma dor tão profunda que você é obrigada, gostando ou não, a olhar pra dentro de você e buscar forças de onde não imaginou que teria", relata.
Apesar da dificuldade de receber uma notícia como essa, os tratamentos atuais são eficientes e é preciso acreditar na cura. "Quanto mais cedo você fizer um diagnóstico e iniciar um tratamento, maior a sua chance de cura. Nada é melhor que isso. Nem o melhor remédio, nem o remédio mais caro vai ter um resultado melhor do que um diagnóstico precoce, um diagnóstico onde esse tumor ainda é quase inexistente", reforça o oncologista Marques.
Acolhimento
Não menos importante que o tratamento convencional, o acolhimento da paciente, levando em consideração o suporte psicológico e o apoio familiar, se faz essencial durante o processo.
"Os pacientes oncológicos precisam de acolhimento. As mulheres, em muitos casos, perdem o cabelo e perdem os pelos durante o tratamento. Você precisa de todo o acolhimento para entender e suportar esse processo. Existe o peso da doença, do medo, de como as pessoas vão te olhar, tem o peso da quimioterapia e dos remédios. São muitas coisas ao mesmo tempo que você precisa compreender e suportar", destaca Adriana.
"Eu procurei manter minha rotina para que eu não me visse como uma pessoa doente. Os médicos me falavam muito isso, para eu não me ver como uma pessoa doente", completa a jornalista, sobre a importância de seguir com a vida, dentro das possibilidades, mesmo após o diagnóstico.
Exemplo na Casa
A deputada estadual Solange Freitas (União) descobriu um câncer de mama em 2021 e usou essa experiência pessoal como uma das causas de seu mandato desde então.
"Ter descoberto o tumor ainda na fase inicial foi fundamental para um tratamento mais eficaz e menos agressivo, e para que eu me curasse", conta a parlamentar, envolvida na missão de transmitir a importância da informação como uma ferramenta para que cada vez mais mulheres valorizem a prevenção e busquem o apoio adequado caso necessário.
"Acreditar que a luta vale a pena é importante" - Adriana Leite, ex-paciente de câncer de mama
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