Evento na Alesp promove conscientização para doação de órgãos

Falta de informação continua sendo grande desafio do Brasil para fazer número de doadores crescer
11/04/2025 18:52 | Saúde Pública | Fernanda Franco - Fotos: Rodrigo Costa

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Família de Lorena Freitas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg343241.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Evento sobre doação de órgãos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg343137.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Monólogo de Kely Nascimento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg343222.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Patrícia Fonseca, do  Instituto Sou Doador<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg343138.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Emanoel Florencio<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg343283.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

"A espera não pode matar a esperança". É a lição que a atriz e fundadora do Instituto Renascimento, Kely Nascimento, deixa sobre quem fica na fila de transplante de órgãos. Para ela, promover espaços para pacientes que estão na fila de espera compartilharem suas aflições é uma forma de que o entendimento sobre essas realidades frutifique em doação.

Foi com o propósito de celebrar a vida que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, na noite desta quinta-feira (10), um evento para conscientizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos.

Intitulada como "Um coração que também era Meu", inspirada no monólogo homônimo de Kely Nascimento, a atividade parlamentar do Deputado Tomé Abduch, mesclou arte e informação. O evento contou com a presença de institutos ligados à causa e foi marcado por depoimentos de pessoas receptoras e doadoras de órgãos.

"Esse evento é importantíssimo para mostrar a importância de salvar vidas, mesmo em momentos de tristeza", disse o deputado. Ele ressaltou que o estado de São Paulo foi pioneiro na criação do Projeto de Lei 928/2024, o qual estabelece a inclusão de informações voltadas à conscientização da doação de órgãos nas escolas da rede pública. Além do Projeto TransplantAR, iniciativa que incentiva o uso de aeronaves particulares no transporte de órgãos para transplante.

O evento também foi apoiado pela Associação dos Funcionários da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Afalesp). "A doação de órgãos é um assunto que diz respeito não só às pessoas que estão doentes e precisam, mas aos familiares que também tomam essa decisão. E a Afalesp está interessada em ajudar as pessoas a tomarem essa consciência", afirmou o diretor da associação, Emanoel Florencio.

Desafios
Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em 2024 foram realizados mais de 26 mil transplantes de órgãos no Brasil, sendo a maior taxa do mundo. No entanto, o número contrasta com as mais de 43,7 mil pessoas na fila de espera por um órgão no país.

A negativa familiar é um dos principais motivos para que um órgão não seja doado no Brasil, dados da ABTO informam que, em 2022, 47% das famílias recusaram doar órgãos de seus parentes mesmo após morte encefálica comprovada.

"As pessoas negam por falta de informação", afirmou a escritora, atleta e fundadora do Instituto Sou Doador, Patrícia Fonseca. Para ela, o tema doação e transplante de órgãos ainda é inacessível e pouco discutido em escolas e faculdades de saúde. "Sem informação, não existe liberdade de escolha", ressaltou.

Lorena Freitas, de 8 anos, foi diagnosticada com miocardiopatia ainda no ventre e teve que esperar por 5 anos e 2 meses por um coração. Os pais relataram que, nesse momento de angústia, poucas pessoas tinham conhecimento sobre a doação de órgãos.

Voando contra o tempo

Outro desafio é quando o órgão é doado mas não chega a tempo para quem precisa. Foi o que apontou o comandante e presidente do Instituto brasileiro de aviação, Francisco Lira, sobre os gargalos logísticos quando um órgão está disponível para transplante. Segundo ele, a frota de aviões privados deve ser usada para auxiliar essa demanda em diversas regiões do país e chegar mais rápido ao local do paciente.

Após a retirada, os órgãos suportam pouco tempo sem circulação sanguínea. Pulmão e coração (entre 4 e 6h), fígado (12-24h), pâncreas (12-24h), rim (24-48h), córneas (até 7 dias). Por isso, por meio do convênio entre a Associação Brasileira das Empresas (Abear) e a Secretaria de estado da Saúde esses voos podem ser feitos de forma rápida e gratuita.

"A gente busca usar a ociosidade desses aviões privados para tentar mitigar esse grande desafio que é o desperdício de órgãos viáveis que foram doados pela família mas que não há ninguém para buscar", explicou Lira.

Assista à Audiência, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp:

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