Ato na Guarapiranga abraça represa que abastece 4 milhões de paulistas

Responsável pelo abastecimento de 20% da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), o reservatório sofre com despejos de esgoto, crescimento urbano desordenado e desmatamentos nas nascentes
02/06/2025 16:03 | Preservação ambiental | Fotos: Governo de São Paulo e Divulgação/Enio Tatto

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Represa abastece São Paulo desde 1928<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg346184.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Tatto: comemoração cobrança<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg346185.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Abraço Guarapiranga  é comemorado desde 2006<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/doc346186.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Centenas de paulistas, incluindo políticos, ambientalistas, ciclistas, moradores locais e gestores públicos, participaram nesse domingo (1º), do 19º Abraço Guarapiranga. Nesta edição, o ato em defesa do reservatório que abastece 4 milhões de habitantes da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) - em torno de 20% da população - ecoou um alerta para a preservação da reserva que padece com despejos de esgoto, crescimento urbano desordenado e desmatamentos nas nascentes.

"A Guarapiranga pede socorro contra as ocupações irregulares, contra as poluições dos rios afluentes", afirmou o deputado estadual Enio Tatto (PT), em entrevista à TV Alesp. O parlamentar ressaltou que o abraço simbólico incentiva a proteção ambiental da represa e alerta para a necessidade de investimentos em saneamento e recuperação das áreas de manancial degradadas.

"Tudo isso é uma comemoração e ao mesmo tempo um reclamo de tudo aquilo que a gente precisa cuidar da represa Guarapiranga", pontuou Tatto.

"São Paulo corre o risco de perder a sua área verde, o pequeno bioma que existe aqui por falta de investimento público", acrescenta Sheila Paulino, coordenadora do Movimento Universidade Pública Grajaú, Parelheiros e Cidade Dutra.

Um estudo recente da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou que a qualidade da água do Guarapiranga e de seus rios afluentes vem piorando constantemente. A análise considerou mais de 40 anos de monitoramento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Atualmente, 51% da população da bacia tem acesso à coleta de esgoto, e 78% ao tratamento, segundo dados da Companhia.

Proteção e Recuperação

Em 2006, mesmo ano de estreia do Abraço Guarapiranga, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou a Lei 12.233/2006 que declarou o Sistema Guarapiranga como manancial de interesse regional para o abastecimento público. A norma também criou a Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia Hidrográfica do Guarapiranga (APRM-G) que compreende total ou parcialmente os municípios de Cotia, Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra e a Capital.

O objetivo é promover uma gestão participativa e integrada, articulando governo e sociedade civil. A Lei em questão busca ainda garantir a produção e a qualidade da água, controlar o uso do solo, compatibilizar o desenvolvimento econômico com a proteção do manancial e orientar a expansão urbana para fora das áreas de captação. Também estão previstas medidas de educação ambiental e incentivos a atividades sustentáveis.

A represa Guarapiranga foi construída em 1908 para gerar energia elétrica e controlar o fluxo dos rios Tietê e Pinheiros. Em 1928, passou a ser usada como fonte de abastecimento de água. Com o tempo, o entorno da represa passou a abrigar chácaras e áreas de lazer.

alesp