Nesta terça-feira (26/10), aconteceu na Alesp o II Encontro Cicloviário de São Paulo e também a reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Cicloviária. O evento foi organizado pelo deputado Sebastião Santos (Republicanos) e contou com a presença de importantes nomes do ciclismo no Brasil. O presidente da Associação Brasileira de Ciclistas, Jesse Teixeira, alertou para a falta de amparo dessa categoria. "Eu estou aqui hoje para pedir socorro, cada dia mais temos ciclistas surgindo por todo o Brasil e falta segurança para essas pessoas, além de faltarem ciclovias e bicicletários para atender a população", disse. A cicloativista Renata Falzoni também esteve no evento e recebeu a medalha Claudio Clarindo Amigo da Bicicleta 2021. Renata, dentre outras questões, agradeceu a homenagem e falou sobre o atual cenário do ciclismo no Estado de São Paulo. "Eu agradeço a homenagem que leva o nome do meu amigo Clarindo, que foi um grande ciclista e faleceu após ser atropelado na Rodovia Rio-Santos em 2016", disse. "Nós não precisamos inserir, mas sim resgatar o ciclista. É difícil entender como lentamente as autoridades que gerenciam a mobilidade na cidade e no estado se preocupam apenas em motorizar e com isso expulsam as pessoas", completou. Renata também falou da importância do cicloturismo e como ele movimenta a economia por onde passa, além de questionar a falta de intermodalidade no estado. "O cicloturista trabalha em cima da preservação da memória, da cultura e do homem do campo na terra, porque o cicloturista consome onde quer que ele esteja, auxiliando pessoas onde o Estado não chega. Além disso, precisamos olhar para a intermodalidade também, já que cada vez mais ela vai sendo restringida, prejudicando milhares de pessoas todos os dias", afirmou. Já o presidente da Federação Paulista de Ciclismo, José Cláudio dos Santos, comentou sobre o crescimento do ciclismo na pandemia. "A bicicleta cresceu muito na pandemia e vai crescer ainda mais, por isso cada vez mais o Estado tem que desenvolver o esporte, o cicloturismo e também as competições. Por exemplo, a Prova Ciclística 9 de Julho, que tem mais de 70 edições, poderia ser realizada nas estradas, mas regulamentações retrógradas inviabilizam isso", afirmou. O representante da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, Daniel Guth, demonstrou-se insatisfeito com o que julgou como um "retrocesso grave", a respeito do ciclismo. Além disso, Daniel apontou dados que resumem o potencial ciclístico do Estado de São Paulo, que está sendo deixado em segundo plano. "É inaceitável que pessoas tenham que amarrar suas bicicletas em árvores, pois faltam vagas nos bicicletários. Agora, quando o problema atinge os automóveis a solução vem rapidamente. O estado possui 111 unidades fabris de montagem e fabricação de bicicletas, que geram 3331 empregos diretos, porém esse potencial está sendo rapidamente perdido", disse. O deputado Sebastião Santos se colocou a disposição das demandas da categoria, além de ressaltar a importância da reunião para a discussão de ideias. O evento ainda homenageou o presidente da Fundação Cásper Líbero, Paulo Camarda - pelo promoção da Prova Ciclística 9 de Julho -, o jornalista Ricardo Capriotti e a presidente do Portal Mobilize, Cristina Ribeiro.