Em prosseguimento aos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito, presidida pelo deputado Said Mourad (PSC), que investiga práticas irregulares das operadoras de seguro, foram ouvidos nesta quarta-feira, 18/3, o diretor do Instituto de Avaliação e Perícias Automotivas (Iapa), Renato Orsi; o perito Gilberto Campos; o presidente do Sindicato da Indústria da Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa), Antonio Fiola; e a representante do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Daniela Trettel. Orçamento minimizado e perícias Gilberto Campos, que já trabalhou na perícia de veículos, reiterou que é verdadeira a prática de pressão das seguradoras para que o orçamento do sinistro seja minimizado. Isso significa que as oficinas não conseguem trabalhar com peças originais, de custo mais alto, sendo obrigadas a utilizar peças recuperadas, recondicionadas ou provenientes de mercado paralelo, o que afeta a segurança do veículo. Questionado pelos deputados Fernando Capez (PSDB), Roberto Morais (PPS) e Edson Giriboni (PV), Renato Orsi disse que sua interferência no processo de pagamento de sinistros pelas seguradoras cessa quando o laudo pericial que assina sai de suas mãos. Antonio Fiola declarou que grande preocupação do Sindirepa é proporcionar capacitação a seus filiados, de modo a certificá-los para prestar serviços e fornecimento de peças com segurança e excelência de qualidade, oferecendo bom atendimento aos segurados. Agência de saúde A representante do Idec Daniela Trettel informou que a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deixa a desejar, "uma vez que persistem lacunas na fiscalização do setor". Segundo a agência, essa falta de ação se explica por não haver um volume de reclamações que justifique sua interferência no processo. Mourad encerrou a reunião lembrando que, nesta quinta-feira, 19/3, haverá continuidade dos trabalhos da CPI com a realização de uma sessão extraordinária.