Casarão da década de 1930 tem biblioteca especializada em poesia


17/10/2008 17:28

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Uma solução de compromisso permitiu, nos anos 1980, o surgimento de mais uma torre comercial na supervalorizada avenida Paulista e a preservação, no mesmo lote, de um casarão do início do século passado. A residência, conhecida como Casa das Rosas " por causa do roseiral em seu jardim " hoje abriga o Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.

Localizada no início da avenida Paulista, a Casa das Rosas, projetada no final da década de 1920 pelo escritório de Ramos de Azevedo, era a residência da recém-casada filha do arquiteto. Foi uma das últimas mansões construídas no áureo período residencial da avenida Paulista, ocupando terreno de 5.500 metros quadrados. Foi concluída em 1935.

Com três pavimentos e 30 cômodos, a casa em estilo francês teve acabamento e mobiliário importados da Europa: a entrada tem mármore e pedra italianos, os vidros e cristais eram belgas. No hall, um imenso vitral colorido leva a assinatura de Conrado Sorgenicht. O jardim inspirou-se no do Palácio de Versalhes, e a residência foi uma das primeiras na capital a contar com uma quadra de tênis.

As dificuldades financeiras e os pesados tributos incidentes sobre o imóvel levaram a família a vender a casa. A compradora foi a Construtora Júlio Neves, que pretendia construir dois prédios comerciais no local. No entanto, em outubro de 1985, a casa foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). A solução veio com a proposta da construtora: esta se responsabilizaria, perante a Secretaria da Cultura estadual, pela restauração da casa em troca da permissão para a construção de uma das torres comerciais nos fundos do terreno, com entrada pela alameda Santos.

Habitada até 1986, a casa começou a ser restaurada, um processo que se estendeu por cinco anos. Em 1991, foi inaugurada com Casa das Rosas Galeria Estadual de Arte, com o objetivo de apresentar mostras temporárias do acervo artístico estadual. Quando o artista plástico José Roberto Aguilar assumiu a direção do espaço, a Casa das Rosas passou a dedicar atenção especial às novas mídias da arte e a exposições interdisciplinares. Até o final de sua gestão, em março de 2003, mais de 2 mil artistas expuseram na Casa das Rosas, que nesse ano voltou a ser fechada para novas reformas.

Quando foi reaberta, em dezembro de 2004, já sob o nome Casa das Rosas " Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, passava a contar com um acervo de 35 mil volumes da biblioteca do poeta, ensaísta e tradutor Haroldo de Campos, com atividades voltadas à leitura e pesquisa, contando com biblioteca circulante especializada em poesia.

Cursos, exposições, montagens teatrais, palestras e eventos têm reforçado a vocação da Casa das Rosas como local de debate e divulgação da poesia. O espaço é dirigido atualmente pelo poeta e crítico literário Frederico Barbosa. A agenda de atividades pode ser consultada no site da instituição.



Sites consultados: www.casadasrosas.sp.gov.br e www.sampa.art.br.

alesp