Retomadas negociações entre citricultores e indústrias processadoras


07/07/2006 18:30

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Na última quinta-feira, 5/7, foi realizada mais uma reunião sobre as renegociações dos contratos vigentes entre citricultores e indústrias processadoras, na sede da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), em São Paulo.

Além do deputado estadual Geraldo Vinholi (PDT), do deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP) e do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), participaram da reunião representantes das indústrias processadoras, da Associtrus, da Faesp, da Sociedade Rural Brasileira e alguns produtores.

Os representantes das indústrias propuseram reajuste de US$ 1,05 para os contratos fixados em até US$ 3,4 e correção de US$ 0,9 para os acordos fechados acima desse valor.

A Faesp apresentou a contraproposta de US$ 1,2 por caixa, como adicional ao contrato vigente para todos, como bônus para esta safra.

Como existem contratos com diferentes prazos e preços e alguns com participação nos resultados obtidos pelas indústrias a serem repassados aos produtores, os representantes das indústrias consideram inviável cumprir a participação mais o bônus de US$ 1,2.

Durante a discussão, foi manifestada a necessidade de que esse valor seja adiantado em 5 de agosto, para dar condições aos produtores de efetuar a colheita.

Como resultado final da reunião, as indústrias ficaram de estudar a proposta e, no início da semana, realizarem mais um encontro para finalizar a negociação.

O presidente da Associtrus, Flávio Viegas, alerta os citricultores para que não assinem nenhum contrato com as indústrias antes disso. Pede que tenham paciência, pois os produtores que fecharem acordos ainda este ano não terão direito ao reajuste que visam conquistar. "Quem já está colhendo e tem contrato assinado até 2005 terá direito ao reembolso do adicional", tranqüiliza Viegas. A Associtrus luta para que o produtor receba R$ 15 por caixa de 40,8 kg, cobrindo assim o custo da produção que tiveram.

"Estou acompanhando essas negociações desde o início. Fui o primeiro a denunciar a formação de cartel pelas indústrias processadoras e não irei cruzar os braços até que todo esse processo se resolva de uma forma justa, dando melhores condições aos produtores para que consigam então executar seu trabalho sem ter prejuízos. Estou lutando para colaborar com a classe citrícola, para que haja um reajuste justo e adequado ao investimento de toda a produção", diz Vinholi.

Na verdade é uma desigualdade histórica, pois a venda de suco avaliado pela Bolsa de Nova York aumentou 200% e o custo de produção está por volta de US$ 6 por caixa.

"A proposta que deverá ser fechada é mínima diante das necessidades do setor, em função do que as indústrias estão lucrando. No entanto, é um começo que permite um fôlego imediato aos produtores", disse Vinholi.

geraldovinholi@hotmail.com

alesp