Os deputados estaduais paulistas deverão votar nesta terça-feira, 14/6, o Projeto de lei 676/2000, do governador, que dispõe sobre a cobrança pela utilização dos recursos hídricos de domínio do Estado, na forma de emenda aglutinativa ao projeto proposta pelo líder do PV, Giba Marson.A emenda reúne propostas de alteração feitas pelos partidos com representação na Casa, e tem por objetivo aperfeiçoar o texto original.A matéria, que foi encaminhada à Casa pelo então governador Mário Covas, recebeu 58 emendas dos parlamentares, foi discutida por cerca de 20 horas pelo Plenário e tema de seminários e audiências públicas. Como será a cobrançaO projeto prevê o pagamento de até R$ 0,01 (um centavo de real) por metro cúbico de volume captado, extraído ou derivado. Para exemplificar, um prédio de treze apartamentos que teve um consumo de 182 metros cúbicos no mês e que hoje paga R$ 323,28, passaria a pagar R$ 325,10, ou seja, sofreria um acréscimo de R$ 1,82. Segundo os deputados que apresentaram emendas, esse valor, considerado pequeno para o usuário residencial, teria grande impacto em uso industrial. O valor da cobrança também será definido regionalmente pelos Comitês de Bacia Hidrográfica e, muitas vezes, caso a caso. Para isso, será levada em conta a natureza do corpo d''água, superficial ou subterrâneo, a disponibilidade hídrica local, a finalidade do uso, o tratamento de efluentes, a carga de poluentes despejados em mananciais e outros parâmetros. Estarão isentos da cobrança o usuário doméstico de pequenas propriedades e núcleos populacionais localizados no meio rural, além do consumidor final que receba via rede até 10 metros cúbicos por mês. Na proposta apresentada pelo governo, os recursos gerados com a cobrança devem ser destinados a projetos desenvolvidos nas diversas bacias hidrográficas. Os comitês de bacia, compostos por representantes do governo estadual, dos municípios e da sociedade civil serão responsáveis pela seleção dos projetos a serem contemplados com recursos.