DA REDAÇÃOLeandro Altrão Martines tem 17 anos e atualmente cursa o 3º ano do ensino médio na Escola 13 de Junho/Colégio Objetivo, na cidade de Junqueirópolis. Ele participou da primeira edição do Parlamento Jovem (PJ) paulista em 1999, pelo Partido da Agricultura, como assessor do deputado-jovem eleito por sua escola. Nesta 5ª edição do PJ, que acontece no dia 14 de novembro, Leandro participa como deputado-jovem, novamente pelo Partido da Agricultura e já anunciou que pretende concorrer a um dos cargos da Mesa Diretora do Parlamento Jovem.Em entrevista ao Diário da Assembléia, Leandro falou de seu projeto. Trata-se de uma proposta de desenvolvimento regional através da agricultura familiar, com a criação de agroindústrias, amparada pelo convênio prefeitura-Estado. "Nesse convênio, o Estado entrará com o amparo técnico e financeiro e a prefeitura com a infra-estrutura", explica. Ele decidiu apresentar o projeto porque há necessidade, na região do Oeste paulista, de um aumento na produção agrícola e de geração de valor agregado aos produtos advindos do campo. "A criação das agroindústrias e dos cursos técnicos são de fundamental importância para a geração de valor agregado. Dessa maneira a atividade agrícola pode tornar-se um propulsor para o desenvolvimento da região do novo Oeste paulista, evitando assim o êxodo rural e a concentração fundiária", enfatiza.O projeto A confecção de sua proposta, segundo Leandro, foi baseada em seu estudo da realidade regional. "Pesquisei o conteúdo do projeto com um agrônomo da Casa da Agricultura da cidade de Adamantina, o Gilberto, uma pessoa muito idealista e consciente das dificuldades enfrentadas pelos produtores na região. Também conversei com o presidente do Sindicato Rural de Junqueirópolis, Miguel Batista, e com meu pai, que é cafeicultor e bancário. Por ser bancário, meu pai sabe das dificuldades dos produtores rurais em adquirir financiamentos. Depois fui montar o projeto em forma de lei com o secretário da Prefeitura Municipal de Lucélia, Amir Zina. A escola participou desse processo com a formação da minha consciência e convicção de que o primeiro passo para o desenvolvimento de uma região se dá através da articulação de idéias", explica Leandro. Indagado sobre sua experiência como deputado-jovem, ele diz que depois que participou do primeiro PJ, procurou aprofundar-se no mundo da política. "Fui presidente do grêmio estudantil por três anos. Atualmente sou secretário do Partido dos Trabalhadores (PT) aqui na minha cidade e agora, junto com a coordenação da macrorregião do PT, estamos montando a Juventude Petista Regional", informa. E acrescenta: "Candidatei-me à reeleição por ter a convicção de que, ouvindo pessoas idealistas e articulando minhas idéias com as delas, posso contribuir para o desenvolvimento social e econômico da minha região".A escolaQuanto a sua vida escolar, o deputado-jovem diz gostar dos debates travados com os professores de Historia e Geografia, desde a quinta série do ensino fundamental, sobre política nacional e mundial. Em relação ao engajamento comunitário, ele cita as várias campanhas do agasalho realizadas pelo grêmio que presidira e a manifestação na avenida principal da cidade no Dia do Estudante. Acostumado a ler jornais diários, além de assistir aos telejornais noturnos, sempre conversa com os pais sobre os assuntos do momento. "Discutimos vários assuntos relacionados à política em todas as instâncias e à economia brasileira e mundial. O último tema que discutimos foi sobre a posição dos EUA em relação à Alca e as vantagens e desvantagens do Brasil se entrar no acordo das Américas", informa, refletindo que "Política é a arte das relações humanas".O momento políticoPara ele, o momento político atual é muito complexo. "Internamente, vemos o presidente Lula, junto com a base aliada, tentando aprovar as reformas da Previdência e Tributária e lançando vários programas na tentativa de aquecer a economia. Externamente, o presidente vem se destacando como um grande líder da América Latina, tentando fortalecer o Mercosul, ajudando países como a Venezuela e a Bolívia a resolverem problemas internos como as disputas políticas. Na Alca, o Brasil negocia de cabeça erguida, defendendo seus interesses em detrimento dos EUA. As relações entre Brasil e Argentina se fortalecem, pois os dois países têm os mesmos interesses na Alca e assinaram o consenso de Buenos Aires", reflete, passando a relacionar os problemas regionais vividos em sua cidade: falta de saneamento básico, roubos e furtos praticados por adolescentes, falta de capacitação profissional para os jovens e de um sistema de saúde eficiente. O deputado-jovem, ao finalizar a entrevista, falou de suas esperanças. "A população brasileira, juntamente com os empresários e seus representantes nos poderes Executivo e Legislativo, deve se unir para pedir um rompimento definitivo com a cartilha do consenso de Washington e conseqüentemente com o neoliberalismo selvagem. O governo atual foi eleito para a mudança e não para a continuação da desastrosa política econômica de governos passados."