Artista plástico Gustavo Rosa


13/11/2013 17:46 | Antônio Sérgio Ribeiro*

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Gustavo Rosa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2013/fg139628.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Artista plástico Gustavo Rosa  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2013/fg139686.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O corpo do artista plástico Gustavo Rosa está sendo velado no Hall Monumental MMDC, do Palácio 9 de Julho, sede da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, até a meia noite de hoje, dia 13 de novembro, e será cremado nesta quinta-feira, dia 14, às 12 horas, no Cemitério Horta da Paz, em Itapecerica da Serra, na grande São Paulo.

O artista faleceu no hospital Albert Einstein, na capital de São Paulo, nesta terça-feira, dia 12 de novembro de 2013, em decorrência de um câncer.

Gustavo Machado Rosa nasceu na cidade de São Paulo em 20 de dezembro de 1946, filho de Isaias Rosa e de Cecília Paula Machado.

Pintor, desenhista e gravador, era considerado uma dos mais criativos artistas de sua geração. Sua primeira relação com a arte ocorreu quando tinha entre 3 a 4 anos de idade, quando pegou um carvão na lareira e começou a rabiscar as paredes brancas da casa.

Começou assim sua trajetória; em muitos momentos teve a capital paulista como tema. Era um péssimo aluno e fazia caricatura dos colegas e dos professores e enchia cadernos com as mais variadas imagens.

Quando Gustavo tinha seus 14 anos, seu pai decidiu contar o que estava acontecendo para um amigo, diretor da revista "Cláudia", da Editora Abril. Este não hesitou e pediu para que levasse o filho para falar com ele, levando alguns desenhos. Esse primeiro contato com o mundo das editoras foi um sucesso.

Gustavo não pertencia a uma escola específica nem seguia nenhuma tendência ou modismo. Criou uma obra pessoal, com linguagem própria e personagens de um inesgotável humor caricatural.

No ano de 1966, teve sua primeira experiência artística ao participar de uma exposição coletiva na Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP. Dois anos depois, foi premiado com uma "medalha de ouro", na categoria pintura, e uma viagem à Europa, por sua participação no "Primeiro Festival de Artes Interclubes", realizada em São Paulo. Foi para Londres e, quando voltou, largou o emprego para investir na carreira de artista.

Realizou a sua primeira exposição individual na Galeria Alberto Bonfiglioli no ano de 1970. Em 1974, estudou gravura com o norte-americano Rudy Pozzati, no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado - MAB/FAAP.

Em 1979 e 1980, participou da Exposição Brasil-Japão em Tóquio. Ainda em 1979, expôs, no Salão Nacional de Artes Plásticas e, em 1980 e 1983, no Panorama da Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Realizou painéis externos, em 1984, na Rua Bela Cintra, e em 1987, na Rua Mario Ferraz, para Tereza Gureg, na capital paulista.

No ano de 1990, participou da exposição coletiva no International Museum of 20th Century Arts, em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos. Lançou, em 1994, uma grife com o seu nome em Nova York. Desenvolveu, em 1998, as capas de cadernos escolares da marca Tilibra. Neste mesmo ano, executou uma escultura em homenagem à campeã brasileira de tênis Maria Esther Bueno, na Praça Califórnia, em São Paulo. Em 2000, montou a escultura de um gato, sob o Viaduto Santa Efigênia.

Recebeu vários prêmios, expôs e participou de eventos em cidades do Brasil e no exterior, como Nova York, Los Angeles, Massachusetts, Tel-Aviv, Lisboa, Berlim, Hamburgo, Tóquio, Barcelona e Paris.

Dono de uma obra alegre e bem humorada, Gustavo Rosa foi muito próximo do mundo corporativo, sendo constantemente convidado por inúmeras empresas e instituições para com sua arte alavancar produtos e projetos.

No ano de 1994, lançou em Nova Iorque a grife Gustavo Rosa na Bloominngdale"s. Em 2005, inaugurou seu próprio espaço de trabalho e exibições, o Estúdio Gustavo Rosa, no bairro do Jardim Paulista, em São Paulo.

Em 2009, expôs no Museu do Louvre, em Paris, uma homenagem à artista brasileira Tarsila do Amaral com a obra "Abaporu", que, sem perder o bom humor, usou o famoso quadro para homenagear a presidenta da República, Dilma Rousseff.

Neste ano de 2013, inovou em uma exposição chamada "Arte com Arte", com a artista Suzy Gheler. Suas obras foram transformadas em esculturas de tecido em tamanho real no Shopping JK.

Estava marcado o lançamento do livro "As Digitais de Gustavo Rosa", no próximo dia 1º de dezembro, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi.

Também pintou quadros que faziam parte do cenário do programa "Sai de Baixo", da TV Globo. Ele afirmou à revista Época sobre os quadros: "Tenho certeza de que muitas pessoas que veem meus quadros em "Sai de Baixo" nunca foram a uma galeria. Estou atingindo um público novo. Arte não deve ser para poucos. Quanto mais gente puder vê-la, melhor."

Gustavo Rosa sofria de um câncer na medula e estava internado havia quase um mês no hospital Albert Einstein. Após passar por uma cirurgia de emergência, ele sofreu uma embolia pulmonar e ficou em coma induzido.

*Antônio Sérgio Ribeiro, advogado e pesquisador. É Diretor do Departamento de Documentação e Informação da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

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