Opinião - Prevenção e diálogo com a sociedade no combate ao câncer


01/02/2017 15:07 | Marcos Martins *

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O Dia Mundial do Câncer, lembrado anualmente em 4/2, foi instituído em 2005 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o objetivo de conscientizar a população do mundo todo, tornando acessíveis as informações sobre o tema. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) é o protagonista da iniciativa, realizando anualmente uma série de atividades sobre a doença.

Anualmente 8,2 milhões de pessoas no mundo morrem devido a algum tipo de câncer. De acordo com o Inca, 189.454 delas morreram no Brasil só em 2013. Pensando nisso, a campanha do Inca em 2017 tem como base o câncer infanto-juvenil, principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes no nosso país. A estimativa para 2017 é de 12.600 casos em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos.

Tendo em vista a gravidade da doença, a dor e todas as dificuldades pelas quais passam as vítimas do câncer, seus familiares e amigos; além dos custos para os enfermos, para o sistema público de saúde e para toda a sociedade, grande parte de minha trajetória política tem sido na luta contra esta doença. Procurado por diversas entidades, encampei muitas batalhas e conquistei vitórias que ajudam no controle desta terrível doença.

Entre as ações mais emblemáticas nestes 30 anos de vida pública, foi minha luta contra o amianto ao lado da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), que culminou na proibição do uso de produtos ou materiais que contenham a substância no Estado de São Paulo (Lei 16.048). No final de 2015, também conquistei importante vitória ao incluir no texto da lei a obrigação dos fabricantes em providenciar o descarte adequado de seus produtos. O amianto é cancerígeno e seu uso já foi proibido em mais de 60 países.

Outra substância extremamente cancerígena é o mercúrio, que também foi alvo de intensa luta. Consegui ter aprovada a Lei 15.313/2014, que proíbe o uso, armazenamento e reparo de equipamentos hospitalares contendo mercúrio no Estado de São Paulo. Durante esta luta tive sempre o apoio da Associação dos Expostos e Intoxicados por Mercúrio Metálico (AEIMM), que também comemorou a conquista de um protocolo que permite a identificação de doenças provenientes da exposição à substância.

A luta e conquista do primeiro Centro Oncológico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) fora da capital, inaugurado em agosto de 2014 em Osasco, também foi resultado de uma demanda social, oriunda da Abrea e do grupo Oncovida. A unidade facilita o acesso de moradores da região oeste metropolitana de São Paulo ao tratamento adequado, já que representam 11% de todos os atendimentos do Instituto.

Atualmente, com o apoio de trabalhadores e especialistas da saúde, o meu mandato encampou a luta contra a exposição ao benzeno. O Projeto de Lei 247/2015, de minha autoria, regulamenta o limite para o abastecimento de veículos em postos de combustíveis, exigindo manutenção e uso adequado das travas de segurança do tanque, evitando a liberação da substância. Já aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo em dezembro de 2016, o PL ainda aguarda sanção ou veto do governador.

O câncer é considerado hoje como o mal do século e a luta para combatê ainda é longa. No entanto, com a disseminação de informações sobre a doença, diagnósticos precoces e um tratamento de qualidade, muitas vidas podem ser salvas. Enquanto político e cidadão, meu compromisso será sempre para encontrar medidas de proteção para a saúde de toda população.

* Marcos Martins é deputado pelo PT

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