Nesta quarta-feira (5/6), impossível falarmos de meio ambiente sem lembrarmos de uma das maiores tragédias ambientais da história do Brasil: o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), no início deste ano. Pior ainda saber que a história se repetiu. Há cerca de três anos, outra barragem da mesma companhia devastou a cidade de Mariana, numa tragédia com as mesmas características e no mesmo estado. O crime socioambiental de Brumadinho - que vitimou cerca de 300 pessoas, entre mortos e desaparecidos " também degradou 112 hectares de florestas nativas, além do prejuízo material e da morte de muitos animais. O que muitos não sabem é que o estado de São Paulo tem muitas barragens com potenciais riscos de danos ambientais. E que se não tomarmos providências imediatas continuaremos a ver a história de Mariana e Brumadinho se repetir. Logo que assumi o mandato como deputado estadual, protocolei o pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as condições das barragens paulistas, mas Infelizmente, a Casa instaura apenas cinco comissões e o nosso requerimento não pode ser contemplado imediatamente. Ficou na 19ª posição. Outro pedido de CPI foi instaurado, mas este trata única e exclusivamente da Barragem Salto Grande, de Americana, da qual, inclusive, faço parte. Entendemos que Salto Grande ameaça uma área populosa, mas, outras barragens paulistas também oferecem riscos. É preciso ressaltar que o estado de São Paulo tem 66 barragem cadastradas. Na capital paulista e na Grande São Paulo são nove. O risco que elas oferecem é classificado levando em conta dois critérios: as condições físicas da estrutura e o potencial de dano que ela pode causar, no caso de rompimento. A cidade de Cajati, no Vale do Ribeira, por exemplo, tem o maior número de barragens do estado: quatro. Também há risco na cidade de Alumínio, nas proximidades de Sorocaba, onde a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) possui uma barragem de rejeitos com o dobro do tamanho da barragem que se rompeu em Brumadinho. O litoral de São Paulo tem uma situação que preocupa. Uma cava subaquática na Baixada Santista, em Cubatão, de propriedade da Vale por meio da subsidiária VLI, com um depósito de rejeitos submersa no mar, em uma das regiões mais poluídas do estado. Como podem ver, as barragens do Estado de São Paulo também necessitam de atenção e não nos furtaremos ao dever de discutir esta pauta. É nossa responsabilidade garantir a segurança da população e a proteção do meio ambiente. Marcio Nakashima é deputado estadual pelo PDT