O mês de setembro foi pintado de amarelo em alusão à prevenção da depressão e do suicídio em todo o país. Reconhecida por defender a população, a classe dos agentes de segurança pública sofre com a alta carga psicológica do serviço, muitas vezes ingrato e insalubre. A Assembleia Legislativa de São Paulo lançou nesta quinta-feira (19/9), no Auditório Franco Montoro, a Frente Parlamentar de Combate e Prevenção ao Suicídio dos Profissionais de Segurança Pública, coordenada pela deputada Adriana Borgo (PROS). O evento recebeu policiais, agentes de segurança, guardas civis e profissionais da saúde psicológica. O psicólogo Dr. Edson Carlos alertou sobre a alta taxa de suicídios e tentativas de suicídio entre os policiais. "Podemos classificar o nível de stress como elevado e a ansiedade como fora do normal. Este comportamento desencadeia-se mais nos policiais devido à continuidade do stress no cotidiano de trabalho", disse. Os números são alarmantes: no ano passado, 104 agentes tiraram a própria vida. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número é 42,5% maior do que o registrado em 2017. A deputada que coordena a frente parlamentar fala da necessidade de criar políticas públicas para diminuir essas estatísticas. "Devemos ajudar emocionalmente esses profissionais da segurança pública. Uma tropa doente não pode servir e proteger a população. Há uma preocupação alarmante. Este é o início de uma grande mudança", declarou a parlamentar. A coronel da Polícia Militar Mônica Puliti fala dos programas de assistência que a PM do Estado possui. "Temos o Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), com 124 psicólogos e 8 assistentes sociais. Nós fornecemos ajuda psicoemocional e temos o Programa de Prevenção ao Suicídio, Prevenção a Álcool e Drogas, Programa de Preparação para a Inatividade. A parte de informação é muito importante para alertar a população de policiais que não somos imbatíveis". Estiveram presentes no evento, além da deputada coordenadora, os deputados Adalberto Freitas (PSL) e Sargento Neri (AVANTE).