Audiência pública discute situação dos filhos de pais que tiveram hanseníase


18/11/2019 15:17 | Audiência Pública | Amanda Nascimento - Fotos: José Antonio Teixeira

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Thiago Flores e Ricardo Yamasaki<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2019/fg244035.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público presente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2019/fg244036.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Thiago Flores, Ricardo Yamasaki e Pedro Pulzatto Peruzzo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2019/fg244037.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público presente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2019/fg244038.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Audiência Pública sobre Hanseníase<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2019/fg244039.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

No passado, as pessoas diagnosticadas com hanseníase eram isoladas e obrigadas a viver longe da sociedade e da família. A hanseníase é uma doença infecciosa crônica que afeta a pele e os nervos. Um encontro nesta segunda-feira (18/11), na Assembleia Legislativa, debateu a criação de um projeto de lei que garanta que os pacientes e seus filhos que ainda vivem em colônias tenham direito à terra, além da criação de um Centro de Memórias.

O advogado Pedro Pulzatto Peruzzo participou da criação da proposta. "Existem no Estado de São Paulo alguns ex-hospitais de hanseníase, que eram à época também chamados de leprosários e existem pessoas que foram submetidas a tratamentos nesses hospitais e que continuam morando ali. Esses hospitais criaram vilas de leprosos, como pejoritariamente se denominava à época. Essas pessoas vivem lá até hoje. A proposta é, com a audiência pública, escutar as pessoas que estão vivendo nesse lugar, ouvir suas experiências para construir um projeto de lei que as ampare", explicou.

Emanuel Rodrigues, analista de recursos humanos, nasceu em um hospital de hanseníase na cidade de Itu e logo em seguida foi separado de seus pais. "Eu e muitos outros filhos fomos ter convívio com os nossos pais depois de 10, 12 ou 13 anos. Agora imagine você saindo de um local fechado, e praticamente voando para os lados. Foi difícil e dolorosa a compreensão, até mesmo nas escolas. Infelizmente a grande realidade é essa. Muita humilhação e destruição de famílias", descreveu.

Filha de ex-paciente com hanseníase, Teresa Oliveira, também nasceu em uma colônia de tratamento. "Não é um benefício para nós filhos separados, é um benefício para toda sociedade. Acredito que se cada filho separado entender que é um benefício para toda a sociedade a gente consegue construir uma política de abertura de portões e muros para que aquilo faça parte dos municípios".

A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Mary Lise Marzliak, lembrou que a hanseníase hoje tem cura. "O tratamento é feito com antibióticos e tem uma coisa ímpar: você não tem sensibilidade nas áreas manchadas", esclareceu.

A audiência contou com o apoio da deputada Leci Brandão (PCdoB).


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