Enquanto as privatizações dos serviços públicos estão sendo revistas em todo o mundo, com 865 casos de reestatização já concluídos " conforme dados da Internacional de Serviços Públicos (ISP) ", o governo do Estado segue na contramão em sua intenção de entregar quatro penitenciárias à exploração econômica. O tema foi abordado em 13/11, na Alesp, em seminário promovido pelo Sindicop com apoio do líder do PSOL, Carlos Giannazi. Representando a American Federation of Teachers (AFT), segunda maior entidade sindical dos Estados Unidos, Elizabeth Parisian e Wayne Spence relataram que as privatizações vêm se mostrando tão inadequadas que, além da retomada do controle público, o Estado da Califórnia criou legislação impedindo que a experiência se repita. A promessa de um serviço mais barato, mesmo com o lucro dos acionistas, simplesmente não foi cumprida. Isso porque a economia gerada com a restrição de direitos de funcionários e presos foi amplamente superada pelas indenizações que o Estado teve de pagar em ações trabalhistas e de violações de direitos humanos. Além disso, o lobby das empresas levou a leis que aumentaram desnecessariamente o encarceramento, especialmente de imigrantes em processo de deportação. Nesse setor, 75% dos centros de detenção são privados. Prejuízo semelhante foi citado por Rafael Custodio, da OAB-SP, em relação a Ribeirão das Neves (MG). Na unidade tomada como modelo por Doria, o custo por detento é de R$ 5 mil, mais que o dobro da média nacional.