Vídeo de treinamento para diretores de escola criminaliza atuação dos AOEs


03/03/2020 06:35 | Atividade Parlamentar | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Carlos Giannazi (à esq.)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2020/fg247335.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Um vídeo de animação produzido pela Secretaria da Educação está causando indignação entre os servidores da pasta. Destinado a um curso de formação para os novos diretores de escola aprovados em concurso, o material usa um agente de organização escolar (AOE) hipotético como exemplo de mau profissional, cujo comportamento deve ser corrigido.

"Esses servidores já são altamente discriminados, a começar por seus salários, que não chegam nem a R$ 1 mil. Mas também pelas condições de trabalho a que estão submetidos, com exposição à violência escolar, desvios de função e não raros casos de assédio moral", afirmou Carlos Giannazi (PSOL) na tribuna da Alesp, em 27/2. "Agora esse vídeo criminaliza a atuação do AOE, afrontando a dignidade dessa categoria já tão marginalizada, mas que exerce um papel fundamental para o funcionamento das escolas."

Giannazi fez reproduzir um trecho do vídeo no qual alunos relatam o comportamento do AOE, que se porta de forma ofensiva; se exalta constantemente; grita e ofende as famílias dos alunos; se recusa a abrir as portas quando alguém precisa ir ao banheiro; e ainda dispensa alunos na porta da escola, inventando que os professores irão faltar, o que cria conflitos entre docentes, estudantes e suas famílias.

"Eu não entendo como o secretário Rossieli permite que um curso de formação demonize justamente os servidores mais massacrados no dia a dia das escolas", questionou Giannazi, exigindo retratação pública.


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