Um vídeo de animação produzido pela Secretaria da Educação está causando indignação entre os servidores da pasta. Destinado a um curso de formação para os novos diretores de escola aprovados em concurso, o material usa um agente de organização escolar (AOE) hipotético como exemplo de mau profissional, cujo comportamento deve ser corrigido. "Esses servidores já são altamente discriminados, a começar por seus salários, que não chegam nem a R$ 1 mil. Mas também pelas condições de trabalho a que estão submetidos, com exposição à violência escolar, desvios de função e não raros casos de assédio moral", afirmou Carlos Giannazi (PSOL) na tribuna da Alesp, em 27/2. "Agora esse vídeo criminaliza a atuação do AOE, afrontando a dignidade dessa categoria já tão marginalizada, mas que exerce um papel fundamental para o funcionamento das escolas." Giannazi fez reproduzir um trecho do vídeo no qual alunos relatam o comportamento do AOE, que se porta de forma ofensiva; se exalta constantemente; grita e ofende as famílias dos alunos; se recusa a abrir as portas quando alguém precisa ir ao banheiro; e ainda dispensa alunos na porta da escola, inventando que os professores irão faltar, o que cria conflitos entre docentes, estudantes e suas famílias. "Eu não entendo como o secretário Rossieli permite que um curso de formação demonize justamente os servidores mais massacrados no dia a dia das escolas", questionou Giannazi, exigindo retratação pública.