Indignado com o cerceamento à palavra dos servidores na consulta pública promovida pelo governo sobre a privatização das linhas 8 e 9 da CPTM, que em 27/2 privilegiou a versão de empresários e tecnocratas, Carlos Giannazi (PSOL) decidiu promover na Alesp, em 16/3, um amplo debate que garanta voz às entidades representativas dos trabalhadores. "A audiência do governo teve pouca divulgação, foi realizada em auditório pequeno e os pouquíssimos trabalhadores que estavam lá não puderam se manifestar, a não ser formulando perguntas por escrito", afirmou o líder do PSOL, ele mesmo com sua intervenção restrita a pouco mais que uma saudação. Um dos questionamentos do parlamentar é o modelo em que está prevista a concessão das linhas pelo período de 30 anos, uma simples licitação. "Doria está há um ano dilapidando o patrimônio do Estado e agora quer entregar duas linhas rentáveis e estratégicas sem ao menos consultar a Assembleia Legislativa", denunciou. Com a participação dos trabalhadores e das entidades, Giannazi quer abordar o risco de demissões em massa, com a substituição de funcionários especializados e experientes por trabalhadores sujeitos a contratos precarizados e ao acúmulo de funções. "A iniciativa privada só pensa em maximizar os lucros, mesmo que isso ponha em risco a segurança da população." Paralelamente, Giannazi protocolou requerimento na Comissão de Transportes para obrigar o secretário de Transportes Metropolitanos e o presidente da CPTM e explicarem a situação.