"Como uma empreiteira consegue licença na prefeitura para cortar milhares de árvores, devastando boa parte da vegetação em torno do Pico do Jaraguá, bem ao lado de uma comunidade indígena?" O questionamento sobre a lisura no licenciamento urbano foi feito por Carlos Giannazi (PSOL) na tribuna da Alesp, em 10/3, como forma de chamar a atenção para o impasse surgido no Jaraguá. Naquele exato momento estava havendo uma negociação entre a tropa de choque da PM e a comunidade Guarani Mbya, que havia ocupado o canteiro de obras da construtora Tenda. Desde o final de janeiro, quando houve a derrubada de 4 mil árvores nativas para abrir espaço a um condomínio de 11 torres, os vizinhos guarani acampavam no terreno na esperança de impedir a obra. Eles alegam que o empreendimento causará impacto sobre suas vidas, por isso deveriam ter sido consultados, conforme determina a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Depois de terem os pedidos de suspensão da reintegração negados pela Justiça, e com a intermediação de vereadores " entre eles Celso Giannazi (PSOL) ", os indígenas deixaram o local pacificamente, transferindo seu acampamento para a entrada do terreno. Eles permanecerão lá até que haja negociação com a construtora. Além do embate popular e no Judiciário, Celso Giannazi apresentou na Câmara Municipal um pedido de CPI para apurar como se deu o licenciamento ambiental do desmatamento, já que beneficia exclusivamente a especulação imobiliária