Para a mãe de Lorenzo, uma das 151 crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista (TEA) que até o ano passado estudavam no colégio Essência, "crime" é o que a Secretaria da Educação está fazendo ao transferir esses alunos para escolas distantes até 40 km de suas residências. Débora expressou sua indignação durante a audiência pública promovida em 19/2, na Alesp, pelo deputado Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi, ambos do PSOL. O convênio não foi renovado por conta de um erro burocrático, referente à quitação do ISS, exigência que já foi sanada. "Houve um erro isolado", afirmou a professora Fernanda Luz, que representou na reunião os funcionários da escola. Além das demissões que virão, ela lamenta o rompimento das relações de afeto construídas com os alunos ao longo de anos. Gabriel Giuseppe foi transferido para uma escola no Tatuapé, mas sua mãe, Carmela, recusou a vaga. A família mora em Interlagos, a 27 km de distância. Seriam mais de duas horas de perua para ir e outras duas para voltar. "Meu filho só chegaria em casa depois do almoço, transtornado, faminto e agressivo", explicou. Mesmo as mães que tiveram seu filhos remanejados para outra escola no mesmo bairro lamentaram a mudança, já que estavam plenamente satisfeitas com o projeto pedagógico do Essência. Com apoio dos parlamentares, elas vão agora ao Ministério Público pedir uma solução que mantenha a escola em funcionamento.