Apesar de muitas escolas particulares estarem prosseguindo com seus planos de aula fazendo uso de recursos de Educação a Distância (EaD), a simples cogitação de repetir esse modelo na rede pública demonstra um total desconhecimento da realidade em que vive a maior parte dos estudantes. Mesmo assim, o governo Doria está pressionando o magistério para que as aulas sejam mantidas durante a pandemia com conteúdos online improvisados.

"Não aceitamos essa imposição autoritária, sem base pedagógica, sem organização nem planejamento. E pior, sem que o Estado dê as condições e as ferramentas para isso, nem para os professores, nem para os estudantes. Querem fazer uma verdadeira "gambiarra"", afirmou Carlos Giannazi (PSOL). "Nós temos alunos carentes que dependem da merenda escolar para sua alimentação. Como podemos esperar que eles tenham computador e internet em casa para acompanhar as lições?", questionou.

Para evitar que se implemente "a farsa da EaD na rede estadual", Giannazi acionou o Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc) do Ministério Público estadual. "Neste primeiro momento, as vítimas são os professores, que estão sofrendo assédio moral. Mas, se esse projeto da Secretaria da Educação for levado adiante, os grandes prejudicados serão os alunos, que vão ficar sem o conteúdo pedagógico. "Essas aulas terão de ser repostas no futuro, de uma forma ou de outra. O que não podemos aceitar é a ficção de que a matéria foi ensinada."